Acre está entre os estados com menor concentração de médicos por habitantes

No Brasil, são 203 milhões de habitantes no Brasil, segundo dados do Censo 2022. Mais de meio milhão são médicos. 545.767 profissionais de saúde espalhados — de forma heterogênea — pelo país. Uma média de 2,69 médicos por 1000 habitantes, como mostra o estudo Nova Demografia Médica, publicado pela Faculdade de Medicina da USP e a Associação Médica Brasileira.


Em números absolutos, a pesquisa revela que o Brasil alcançou uma densidade médica semelhante à de países ricos, como Estados Unidos, Japão e Canadá. Mas quando olhamos a concentração desses profissionais, as discrepâncias são imensas. Segundo o estudo, enquanto a região Sudeste tem 3,62 médicos por 1000 habitantes, no Norte esse número é de 1,65 para cada 1000 pessoas.


A maioria dos municípios do país — quase 70% — é de pequeno porte, ou seja, tem até 20 mil habitantes. Juntas, essas cidades somam 31,9 milhões de habitantes (15,8% da população brasileira), cidades onde trabalham só 16,7 mil médicos (2,8% do total de profissionais do país). Na outra ponta, 41 cidades com população maior de 500 mil habitantes são onde vivem 29% da população e 61,5% dos médicos estão nesses grandes centros.


Na divisão por unidades da federação, o Acre faz parte do grupo dos 7 estados onde a concentração de médicos é de menos 2 médicos por mil habitantes. Além do Acre, fazem parte desse grupo os demais estados do Norte, além da Bahia e do Maranhão, no Nordeste. O DF lidera o ranking oferecendo 6,13 médicos para cada 1000 habitantes.


12 anos e o dobro de médicos

Outro dado do estudo mostra que em 22 anos — de 2000 a 2022 — o número de médicos mais do que dobrou no Brasil: passou de 1,41 para 2,69 médicos por 1.000 habitantes. Enquanto isso, nos últimos 12 anos a população brasileira cresceu 6,5%, mostrando uma desaceleração. Mas a população de médicos, nesse mesmo período, teve um aumento de 225.290 profissionais, um crescimento de 70,3% em pouco mais de uma década. O que pode ser atribuído, segundo o estudo, à oferta de vagas nas faculdades de medicina de todo o país.


É a primeira vez que a região Nordeste tem mais de dois médicos por mil habitantes, isso é uma consequência direta da abertura de novos cursos e da ampliação de vagas de graduação de medicina.


Enquanto o número de médicos é de 2,69 por 1000 habitantes, o de especialistas cai para 1,58 (médico especialista por 1.000 habitantes). E o estudo ainda mostra que todas as especialidades são distribuídas desigualmente entre as unidades da Federação. Das 55 especialidades médicas reconhecidas, algumas das maiores demandas são por anestesistas e cirurgiões.


 


Fonte: Brasil 61


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