Terras indígenas tiveram menos de 1% de sua área desmatada em trinta e oito anos

As Terras Indígenas (TIs) do país estão entre as áreas mais conservadas do Brasil. A constatação é de um estudo realizado pelo Mapbiomas que traz dados da perda de vegetação nativa entre 1985 e o ano passado.


Segundo a pesquisa, nesse período, as TIs perderam menos de 1% de sua área de vegetação, enquanto nas áreas privadas essa taxa foi de 17%.


Entre outros pontos, o estudo mostra que:


As terras indígenas (TIs) ocupam 13% do território brasileiro, e contêm 112 Mha (19%) da vegetação nativa do país.


Dentre as categorias fundiárias, as TIs estão entre as áreas mais conservadas, com cerca de 1 Mha desmatados.


No período de 1985 a 2022 no Brasil, as Terras Indígenas mantiveram mais de 99% de sua área de vegetação nativa intacta, contrastando com as áreas privadas onde a perda atingiu 17%.


Para Tasso Azevedo, esses números mostram o papel fundamental das terras indígenas, na proteção dos recursos naturais e na prestação de serviços ecossistêmicos, especialmente quando consideramos que essas áreas frequentemente enfrentam pressões crescentes de garimpeiros e madeireiros.


“Mostra claramente que as terras indígenas são um bastião da proteção dos recursos naturais para todos nós e com todas as consequências que a gente tem, com serviços que são prestados por essas florestas.
— Tasso Azevedo, coordenador do Mapbiomas.”

Embora as TIs sejam as terras públicas menos desmatadas historicamente, entre 2019 e 2021, justamente nos primeiros três anos do governo Bolsonaro, as ameaças se consolidaram de maneira expressiva nesses territórios, de acordo com um levantamento publicado no começo do ano.


Nesse período, seis das dez terras com maior aumento no desmatamento no bioma eram de povos isolados: as terras indígenas Ituna/Itatá, Kayapó e Munduruku, no Pará, Yanomami, em Roraima e Amazonas, Piripkura e Parque do Xingu, em Mato Grosso.


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