Hacker Walter Delgatti chega à PF para depor sobre invasão de sistemas do Judiciário

hacker Walter Delgatti Neto chegou à sede da Polícia Federal (PF) por volta das 13h20 desta quarta-feira (16) para depor sobre a invasão e inserção de dados falsos nos sistemas de tecnologia do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro deste ano.


Ele afirma que a invasão foi feita a pedido da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar nega.


A expectativa é de que, no depoimento desta quarta, ele possa apresentar elementos que sustentem uma delação premiada sobre episódios em que ele teve participação ativa, como uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com militares ligados ao Ministério da Defesa para tratar da segurança de urnas eletrônicas nas eleições de 2022.


A depender do teor de suas declarações à PF, é possível que o depoimento que ele daria amanhã à CPMI que apura os atos de 8 de janeiro não ocorra, uma vez que, caso ele feche uma delação premiada, poderá se declarar impedido de falar.


Delgatti, que ficou conhecido como “hacker da Vaza Jato” após ter acesso a mensagens da Operação Lava Jato, está preso desde o dia 2 de agosto, após uma operação da Polícia Federal (PF). Na mesma operação, também houve o cumprimento de mandados de busca nos endereços da deputada federal Carla Zambelli.


A PF encontrou pagamentos de dois assessores de Zambelli ao hacker Walter Delgatti de forma fracionada.


“Os pagamentos foram sempre relacionados ao site, para ele fazer melhorias no site, fazer firewall no site e ligar as minhas redes sociais ao site, que ele próprio disse que não conseguiu realizar essa tarefa. Inclusive, deveria ter tido até a devolução [do dinheiro]”, argumentou Zambelli em coletiva na Câmara dos Deputados.


Um requerimento de convocação de Zambelli para depor na CPMI chegou a ser protocolado, mas não foi votado.


No dia 7 de agosto, Zambelli era esperada para depor à PF, mas o depoimento foi adiado a pedido da sua defesa.


Segundo o advogado da parlamentar, Daniel Bialski, foi solicitado que a oitiva fosse adiada para uma data posterior à análise completa do inquérito. Ele ainda afirmou que foi empenhado esforço para buscar acesso ao documento por meio de petições, e-mails e ligações, mas sem sucesso.


Também foi informado pela defesa que Zambelli não responderia a perguntas sobre seu suposto envolvimento com Walter Delgatti, pois não teve acesso aos autos do processo. Foi reiterado que a deputada deseja esclarecer a situação, mas não pode assim fazer sem ter todas as informações sobre o caso.


Até o momento, a data para esse novo depoimento não foi definida.


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