E-mail recebido pela CPMI do 8 de janeiro mostra ex-auxiliares de Jair Bolsonaro (PL) avisando que Jair Renan, o filho caçula do ex-presidente, passaria no Palácio do Planalto para escolher e retirar alguns presentes recebidos pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República.
A CNN teve acesso à íntegra da mensagem.
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“A major do GADH (Gabinete Adjunto de Documentação Histórica) informou que, quando o Renan vier buscar presentes, ele deverá selecionar e informar quais levar. O GADH irá informar o chefe de gabinete do PR (presidente) quais presentes foram selecionados que despachará com PR. Só depois de autorizado pelo PR o Renan poderá retirar os presentes”, diz o e-mail.
A mensagem foi enviada por Cleinton Holzchuck, segundo tenente do Exército e então coordenador administrativo da ajudância de ordens de Bolsonaro.
Entre as pessoas que recebem o e-mail está Osmar Crivellati, que também era assessor de Bolsonaro e foi um dos alvos da Operação da Polícia Federal sobre a venda de joias no exterior.
A defesa de Jair Renan nega qualquer vínculo com o esquema de venda de joias.“Mentira. Camisetas de futebol e um ou dois quadros com o busto do pai. Artesanato sem valor algum”, disse o advogado Admar Gonzaga, que representa o filho de Bolsonaro.
Não há qualquer menção à venda de joias no inquérito que corre contra Jair Renan na Polícia Civil do Distrito Federal. Hoje, ele teve seu celular e HD do computador apreendidos em Camboriú, Santa Catarina. Mas a mensagem obtida pela CPMI já circula entre os investigadores.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor-geral da PC-DF, Robson Cândido, conversaram hoje, segundo apuração da CNN. Eles combinaram de as equipes trocarem informações e, se for o caso, solicitar o compartilhamento de provas.
A CNN tenta contato com as defesas de Cleinton Holzchuck e de Osmar Crivellati.