O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (21), após um dia de agenda mais fraca no mundo todo. Investidores repercutiram a divulgação de mais um Boletim Focus e monitoraram a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à África do Sul para uma reunião do Brics.
Também ficou no radar do mercado a decisão de política monetária da China, que reduziu uma de suas principais taxas de juros para estimular a economia do país, mas abaixo do que era esperado.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana avançou 0,22%, cotada a R$ 4,9781. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira (18), o dólar encerrou o pregão com baixa de 0,29%, vendido a R$ 4,9670. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
altas de 0,22% na semana e de 5,27% no mês;
recuo de 5,68% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A semana começou com uma agenda esvaziada nesta segunda-feira (21), contando apenas com a tradicional divulgação do Boletim Focus — relatório do Banco Central do Brasil (BC) que reúne as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos do país e sai todo começo de semana.
Nesta edição, as expectativas para a inflação em 2023 subiram pela primeira vez em meses, passando de 4,84% para 4,90% e se distanciando da meta do BC, de 3,25% e podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%. Já para o ano que vem, as projeções de mantiveram em 3,86%, enquanto a meta é de 3,00%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%.
As estimativas para a taxa de câmbio também subiram para este ano, com o mercado esperando o dólar a R$ 4,95 até o fim de dezembro.
Além disso, a atenção dos investidores também está voltada à ida do presidente Lula à cúpula de líderes dos países do Brics (bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Durante o evento, alguns temas importantes e que podem mexer com a economia devem ser discutidos, como a adoção de uma moeda comum entre os países para servir como uma alternativa ao dólar nas relações comerciais do bloco.
Também no cenário político, o mercado ainda monitora os desdobramentos da discussão sobre o arcabouço fiscal por líderes da Câmara dos Deputados. O texto estabelece novas regras para limitar os gastos do governo, e, havendo um acordo, a proposta pode ser votada em breve.
No exterior, o destaque ficou com com a China, que está no radar dos investidores há semanas por conta de uma forte desaceleração econômica que vem enfrentando.
O Banco Popular da China decidiu cortar uma das principais taxas de juros do país em 0,10 ponto percentual nesta segunda, de forma a estimular o consumo dentro do país. Agora, a taxa de empréstimo de um ano está em 3,45% ao ano.
O corte veio abaixo das expectativas do mercado, que esperavam uma redução de 0,15 ponto percentual, com a taxa chegando a 3,40% ao ano. No entanto, a agência de notícias chinesa Caixin afirma que Pequim tem outras cartas na manga para tentar estimular mais a atividade na segunda maior economia do mundo.
Ao longo da semana, outras divulgações importantes estão marcadas, com destaque para o Índices de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, aqui no Brasil, e alguns dados de atividade econômica nos Estados Unidos e na Europa.
Também ocorre nesta semana, entre os dias 24 e 26, o Simpósio de Jackson Hole. Esse é um dos eventos de economia mais importantes do mundo, que acontece todo ano nos Estados Unidos e reúne diversas autoridades e figuras importantes para discutir sobre os rumos da maior economia do mundo.