A CPI das Pirâmides Financeiras pediu à justiça nesta quinta-feira (24) a condução coercitiva do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e quer que ele seja impedido de deixar o país até prestar depoimento à comissão.
Nesta quinta, Ronaldinho faltou pela segunda vez à convocação feita pela CPI. Ele afirmou que não conseguiu viajar a Brasília devido ao mau tempo que cancelou voos em Porto Alegre nesta quarta (23). Roberto de Assis Moreira, seu irmão, compareceu e falou aos deputados.
O pedido foi endereçado à justiça federal no Rio de Janeiro. Apesar de a comissão já ter aprovado a condução coercitiva do ex-jogador, o pedido à justiça é praxe, segundo o presidente da CPI, deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ), que assina a petição.
“É um instrumento regimental, mas precisa do juízo. Pedimos para a força policial levá-lo”, afirmou.
Além disso, o documento quer que o Ministério Público Federal (MPF) seja intimado para apurar o crime de desobediência.
De acordo com Áureo, Ronaldinho tinha “plenas condições de comparecer para prestar depoimento”.
Após a segunda falta, o depoimento foi agendado para 31 de agosto, ás 10h. No entanto, o advogado do ex-jogador afirmou que ele não compareceria novamente, porque se ausentaria do país no dia 25. Por isso, o pedido também quer que ele seja impedido de deixar o Brasil.
“Feitas tais digressões, nota-se a intenção da testemunha de não cumprir o múnus público de comparecer para prestar depoimento a esta Comissão, tendo a mídia até noticiado que a testemunha está conseguindo driblar os poderes instrutórios da presente Comissão Parlamentar de Inquérito”.
Suposta fraude em criptomoedas
Ronaldinho foi convocado para prestar esclarecimentos por suspeitas de envolvimento em fraudes com investimentos em criptomoedas envolvendo a empresa 18K Ronaldinho.
“A empresa afirmava trabalhar com trading e arbitragem de criptomoedas e prometia a seus clientes rendimentos de até 2% ao dia, supostamente baseado em operações com moedas digitais, o que levantou suspeitas de se tratar de uma pirâmide financeira devido às promessas de altos e rápidos retornos”, justificou o relator no requerimento de convocação.
Silva ainda lembra que a empresa de Ronaldinho Gaúcho foi apontada pelo Ministério Público como pirâmide financeira.
“Após o rompimento, o ex-jogador esteve envolvido em uma pirâmide e sua imagem, dada sua credibilidade e popularidade, incentivou milhares de pessoas a investir em uma fraude, o que causou prejuízos a elas”, declarou.