O dia foi histórico. Uma reforma tributária digna do nome foi, enfim, aprovada na Câmara dos Deputados, com um amplo placar, 382 votos a favor.
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) sai como grande vencedor – seguido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
O Palácio do Planalto chegou a duvidar da votação da reforma tributária nesta quinta-feira (6), mas Lira impôs a sua agenda em primeiro lugar.
Se Lira saiu como grande vencedor, o ex-presidente Bolsonaro saiu como grande derrotado da noite.
Imaginou que teria poder de adiar a votação e até de derrotar a proposta, mas não conseguiu nem uma nem outra coisa. E viu sua criatura, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, ter papel importante na aprovação da proposta.
No partido de Bolsonaro, o PL – dono da maior bancada –, 20 dos 99 deputados votaram a favor da proposta que o ex-presidente queria ver derrotada.
Por outro lado, se Arthur Lira e seu grupo conquistaram um feito histórico, o governo não conseguiu fazer andar sua agenda econômica, que ficou fora da pauta de votação.
Insatisfações da base aliada geraram derrota para o Palácio do Planalto: os projetos do Carf e do novo marco fiscal não foram votados e podem ficar para depois do recesso parlamentar.
A equipe de Lula ainda vai tentar votar as duas medidas nesta sexta-feira (7), mas os partidos do Centrão cobram o atendimento dos pedidos de maior espaço no Executivo antes de garantir votos.
A votação dependerá das articulações da manhã desta sexta, antes do início da sessão da Câmara que deve votar quatro destaques e finalizar a análise do segundo turno da reforma tributária.