Lideranças de partidos do centrão na Câmara dos Deputados ouvidas pela CNN afirmaram que articulam nos bastidores a possibilidade de não votarem, essa semana, o projeto de lei do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e as alterações feitas pelos senadores no marco fiscal.
A justificativa é a insatisfação no relacionamento com o Palácio do Planalto, em especial com a Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
Deputados afirmam que, apesar do pagamento, via seis ministérios, de mais de R$ 467 milhões em recursos aos parlamentares, de sexta-feira passada (30) até esta terça-feira (4), há uma relação desgastada com a SRI.
A CNN procurou a Secretaria de Relações Institucionais e aguarda retorno.
De acordo com lideranças parlamentares, cargos estaduais prometidos não são concretizados, o atendimento de ministros e equipes aos parlamentares não tem sido satisfatórios, além da não entrega de cargos de segundo e terceiro escalão.
Nesta terça-feira (4), apesar da expectativa de análise do projeto do Carf, nada foi votado no plenário da Casa.
O próprio relator da matéria, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), afirmou que não teria espaço para votação neste dia.
Para alguns parlamentares, a esperança é votar a matéria nesta quarta-feira (5).
Apesar do esforço por parte de algumas lideranças para não votarem Carf e o marco fiscal essa semana, há uma “boa vontade” em tentar chegar a um texto com maior apoio da reforma tributária e levá-la ao plenário até sexta-feira (7).
Ainda de acordo com os parlamentares ouvidos pela CNN, não votar essas pautas não seria vontade do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que tem articulado, em especial, sobre a tributária.
Pelo presidente, segundo eles, a Câmara votaria todas as pautas econômicas essa semana.