Mesmo com a perda de fôlego nas horas finais do pregão, o Ibovespa garantiu o fechamento no campo positivo nesta quarta-feira (12), com o bom humor global após a surpresa positiva com dados da inflação dos Estados Unidos em junho.
O principal indicador da bolsa brasileira subiu 0,09%, aos 117.666 pontos. Na máxima, o pregão chegou a ganhar quase 1,4%, voltando aos 119 mil pontos.
O otimismo global deu força para a queda do dólar, que encerrou a sessão com perda de 0,92%, negociado a R$ 4,817.
A queda do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) em 12 meses para 3% deflagrou novas revisões sobre o ritmo da alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) nos próximos meses, arrefecendo parte dos temores de uma recessão na maior economia do mundo.
Na cena doméstica, destaque para a JBS (JBSS3), que liderou o pregão após a companhia anunciar decisão de listar as ações em Nova York, os papéis da empresa seguirão em São Paulo. Será uma dupla listagem: NYSE e B3.
Nesta manhã, o frigorífico anunciou a listagem das ações na New York Stock Exchange (NYSE), em uma estratégia para aumentar o aporte dos investidores globais e expandir o valor de mercado.
Com isso, as ações fecharam com alta de 9,05%.
Com o novo passo, os papéis da companhia podem passar a integrar as carteiras de investidores que não operam na bolsa brasileira.
A posição em Nova York também dá vantagem à JBS por superar “filtros” de investidores internacionais, como as restrições em aportes em ações da América Latina ou de mercados emergentes.
A alta de commodities também ajudou a sustentar o pregão.
Os papéis da Vale (VALE3) avançam mais de 0,71% em reflexo da alta de 2,6% do minério de ferro no porto de Dalian, a US$ 114,69 a tonelada.
O movimento é puxado pela expectativa de novos investimentos do governo chinês para estimular a economia nos próximos meses.
Já o petróleo tipo Brent ganhou 0,89%, a US$ 80,11 o barril.
O movimento deu força para a ação preferencial da Petrobras (PETR4) ganhar 0,07%, enquanto a ordinária (PETR3) ficou estável, com leve queda de 0,30%.
Inflação dos EUA recua
Os investidores operaram com os radares virados para o exterior com dados da variação de preços aos consumidores norte-americanos divulgados nesta manhã.
O CPI subiu 0,2% em junho, após um aumento de 0,1% no mês anterior.
No acumulado de 12 meses, porém, o indicador desacelerou de 4% para 3%, segundo informações do Departamento do Trabalho dos EUA divulgados hoje.
Com isso, o CPI ficou abaixo da estimativa do mercado, que esperava uma alta de 0,3% na comparação mensal e inflação de 3,1% na anual, segundo a Refinitiv.
O bom humor levou à alta generalizada nas maiores praças do globo.
Em Nova York, Dow Jones ganhou 0,23%, enquanto S&P 500 subiu 0,70% e Nasdaq valorizou 1,09%.
No outro lado do Atlântico, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com alta de 1,51%.
Os dados são importantes termômetros para os próximos passos do Federal Reserve (Fed).
Depois de interromper as taxas de juros no mês passado e com a inflação quase o dobro da meta de 2%, o Fed ainda não parece pronto para tirar o pé do freio.
As autoridades da autarquia já sinalizaram que mais aumentos de juros podem ocorrer em breve. No entanto, com os dados de hoje, investidores especulam que o aperto não deverá ser tão agressivo.
O cenário deverá ficar mais claro amanhã, quando saem os números do Índice de Preços ao Produtor (PPI).