O roubo de celulares caiu 16,2%, mas os furtos desses dispositivos cresceram 26,9% entre 2021 e 2022 no Acre, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023. Foram 1.805 furtos desses aparelhos em 2022 contra 1.409 no ano anterior.
O Anuário diz que os registros de roubo e furto de celular totalizaram 999.223 ocorrências em todo o país ano passado, ou, em outras palavras, ao menos 2.737 aparelhos foram, em média, subtraídos diariamente no Brasil. Isto representa um crescimento de 16,6% em relação aos roubos e furtos de celular registrados em 2021. Entre 2018 e 2022, estes registros totalizaram 4.726.913 casos, com destaque para a redução deste tipo de ocorrência durante 2020 e 2021, os dois anos mais agudos da pandemia de Covid-19 – quando as restrições de mobilidade e circulação diminuíram as interações entre as pessoas e dificultaram “crimes de oportunidade”.
De forma adicional, parece que duas forças simultâneas estão atuando nesse período e demonstram efeitos também em outros crimes. A primeira é que, como modus operandi, os criminosos fazem uso da violência ou da ameaça à violência como característica majoritária para a subtração desses equipamentos. Isso porque, entre 2018 e 2021, em média, 56,5% das ocorrências de furtos e roubos de celulares registradas foram classificadas como roubos. Mas, a partir de 2022, a proporção de roubos cai e a de furtos cresce.
“Porém, a segunda força que parece atuar nesse tipo de ocorrência é mais recente e está correlacionada aos efeitos ainda não completamente identificados da pandemia de Covid-19. À semelhança do que ocorreu na economia global, as medidas de isolamento social provocam um desarranjo no mundo do crime, que envolve inclusive a desestabilização de mercados ilegais e cadeias de suprimento de bens e produtos derivados da atividade criminosa. O que antes era obtido primordialmente na interação violenta entre as pessoas parece se deslocar, de modo até mais rentável, para o campo das fraudes e das ocorrências que exploram o fenômeno da migração da vida social para o ambiente híbrido que conecta o físico e virtual. A porta de entrada para as atividades criminais continua sendo física, pois essas últimas dependem, preponderantemente, do acesso a aparelhos celulares ou dispositivos móveis que cada vez mais fazem parte da vida dos indivíduos. Só que, cada vez mais, as atividades criminosas passam a ocorrer na arena virtual. O tipo criminal típico deixa de ser o roubo e passa a ser o estelionato ou o golpe virtual, em muito dependente de redes de receptação dos equipamentos furtados/roubados. Isso reconfigura por completo a governança criminal e desafia tanto formulação e implementação de políticas de segurança pública quanto as redes de governança criminal”, analisa o Anuário.
Roubo e furto
Roubo ocorre com ameaça e violência. Ex: Assalto com arma. O crime de furto é descrito como subtração, ou seja, diminuição do patrimônio de outra pessoa, sem que haja violência.