Os chamados fundos de “super ricos” ou fundos exclusivos, de um cotista só, registraram resgates de R$ 27 bilhões no patrimônio entre os dias 1º de abril e 18 de julho deste ano, segundo levantamento feito pela plataforma Trademap para a CNN.
“Em 2022 tivemos captação desses fundos. Já, em 2023, regastes, concentrados principalmente em abril”, diz Einar Rivero, da Trademap. Em abril, a plataforma computou o registro de 2.685 fundos. Agora em julho, 2.568, ou seja, 117 fundos de “super ricos” a menos. Com a redução do número de fundos, o patrimônio total registrado também caiu: de R$ 939 bilhões para R$ 756,76 bilhões, queda de R$ 183 bilhões.
A intensificação dos resgates aconteceu logo após o governo anunciar que estudava a mudança na tributação. Desde março os fundos de “super ricos” entraram na mira do Ministério da Fazenda.
A tributação semestral dos fundos exclusivos já havia sido tentada no governo do ex-presidente Michel Temer que, em 2017, encaminhou uma medida provisória para mudar a cobrança de imposto. Porém, houve resistência do Congresso. A medida não foi votada e perdeu a validade. Nessa época, a expectativa era arrecadar R$ 10 bilhões.
Segundo Einar Rivero, hoje o patrimônio dos fundos de um único cotista representa 12,3% do total de fundos do mercado. Metade deles está aplicada em renda fixa: 50,4%.
“Embora a quantidade de fundos de renda fixa seja menor em relação às outras categorias eles concentram uma parcela significativamente maior de recursos. Os fundos multimercados concentram 44% do patrimônio enquanto os fundos exclusivos de ações representam apenas 4,9% do total”