Em menos de 10 dias, sete estados brasileiros decretaram emergência zoossanitária por conta de casos de gripe aviária.
Nesta sexta-feira (28), o Rio Grande do Sul oficializou a situação de emergência. O decreto foi publicado e assinado pelo vice-governador e governador em exercício, Gabriel Souza.
Antes, Santa Catarina, Espírito do Santo, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e Paraná já confirmaram a adoção da medida.
O governo catarinense foi o primeiro a adotar a medida, no dia 20 deste mês.
O decreto atende a recomendação feita pelo governo federal para que os estados possam acessar recursos municipais, estaduais ou federais de origem governamental ou privada para combater a disseminação da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.
A medida tem vigência de até 180 dias contados a partir de hoje, podendo ser prorrogado conforme a evolução da situação epidemiológica do Rio Grande do Sul.
Até o momento o estado gaúcho não possui casos confirmados de IAAP em aves comerciais ou de granja.
O único foco do vírus foi registrado em uma ave silvestre na Estação Ecológica do Taim, localizada entre os municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, no sul do estado, no dia 24 de maio.
No mesmo local foram encontradas 36 aves mortas durante trabalhos de rotina da equipe local, principalmente cisnes do pescoço negro.
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de frango de corte em todo o Brasil e também sustenta a terceira posição nos dados de exportação de ovos.
Mais de 800 milhões de aves são abatidas no Estado todos os anos.
Ação nacional
Diante dos registros dos primeiros focos da doença em aves migratórias neste ano, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União, no dia 22 de maio.
No entanto, orientou que os estados adotem medidas semelhantes para que o enfrentamento ao vírus seja efetivado.
Segundo a pasta, a ocorrência de apenas um caso em ave comercial “afetaria todo o país”.
O Brasil responde por 35% das exportações de carne de frango do mercado global e é um dos únicos países que mantém o status de livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves comerciais, conforme protocolo da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal).
Segundo maior destino das exportações de carne de frango brasileira, o Japão suspendeu temporariamente as compras de produtos oriundos do Espírito Santo e Santa Catarina.
Do total de 2,629 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil entre janeiro e junho deste ano, o Japão foi o destino de 219,8 mil toneladas, número 8,5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.