O protótipo do 14 bis, conhecido até hoje, era formado por uma longa fuselagem e um cesto de um balão.
Antes, em 1901, ele já havia criado o dirigível, que fez um sobrevoo histórico pela capital francesa no qual contornou a Torre Eiffel. Na época, Dumont recebeu um prêmio por completar o trajeto de 11 km no tempo mais rápido até aquele momento: 29 minutos e 30 segundos.
Dumont criou também, em 1907, o avião Demoiselle, um dos primeiros ultraleves do mundo. O seu objetivo era voar ainda mais alto que o 14 bis.
Sem patentes, os projetos de Dumont foram aperfeiçoados mesmo depois de sua morte, garantindo que distâncias fossem percorridas em menores tempos.
“Eu reputo Santos Dumont como o brasileiro de maior impacto na história da humanidade, porque, na realidade, ele abriu as portas do mundo moderno. Ele era um grande aficionado por Júlio Verne que, na época dele, era um grande autor de ficção científica sobre o espaço. Então, tudo que o Júlio Verne disse que poderia acontecer e que o Santos Dumont não fez, ele abriu as portas para que, no futuro, acontecesse. Eu acho que isso foi o que me inspirou, talvez até, para ser cientista, esse grau de completo e total ousadia e desprezo pelas pessoas que dizem que o impossível não pode ser conquistado”, comenta o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, que é grande admirador do inventor.
Orgulho brasileiro
No Brasil, além de ser considerado um herói, Dumont também é homenageado e tem sua história contada na cidade em que nasceu.
Mineiro, o inventor nasceu em uma pequena cidade do interior que, hoje, carrega o seu nome.
A casa onde ele viveu atualmente é o Museu Cabangu, que guarda cartas, fotografias e objetos pessoais do inventor.
“Seus pais, Henrique e Francisca, chegam aqui, Francisca já vem grávida. E Alberto Santos Dumont aqui nasce em 20 de julho de 1873, sendo o sexto filho da família Dumont. O pai dele veio com o objetivo de ampliar a estrada de ferro do Brasil”, conta Deoclides dos Santos, diretor do acervo do museu.
Santos Dumont viveu no Brasil até completar 18 anos de idade. Interessado por mecânica e engenharia, ele foi estudar em Paris, na França, onde foi consagrado como o “pai da aviação”.