A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quinta-feira (27) que acatará “qualquer nome que venha” do Palácio do Planalto ao ser questionada sobre troca no comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O governo deve nomear nos próximos dias o economista Marcio Pochmann para o comando do órgão, que é ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento.
O anúncio de que Pochmann comandará o IBGE foi feito nesta quarta-feira (26) pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta.
Segundo o blog da Natuza Nery no g1, a ministra Simone Tebet não teria sido avisada da troca antes do anúncio feito por Pimenta.
Em declaração à imprensa nesta quinta-feira, Tebet disse que uma troca no IBGE vinha sendo discutida há 15 dias. E que, no momento oportuno, a mudança seria efetivada.
A ministra, no entanto, afirmou que, na reunião que recentemente teve com Lula, não havia sido citado o nome de quem assumiria o IBGE. E que Paulo Pimenta, sem saber disso, “anunciou preliminarmente” que o governo escolheu Pochmann.
“O ministro Pimenta, não sabendo que na reunião que tivemos com o presidente não havíamos citado o nome, anunciou preliminarmente. E já está colocado. O nome será oficializado no momento certo, depois da conversa que teremos na semana que vem com o presidente Lula. Acataremos qualquer nome que venha”, afirmou Tebet.
A ministra também disse que marcará, “quando a agenda permitir”, uma reunião com Pochmann, para conhecê-lo. “Agora, eu sei o nome dele [Pochmann], e terei o maior prazer de atender o pedido do presidente Lula”, declarou Tebet.
De acordo com Gerson Camarotti, colunista do g1, a nomeação de Pochmann foi imposta “goela abaixo” pelo governo.
A data da posse de Pochmann ainda não foi definida. Até lá, o diretor de pesquisa Cimar Azeredo ficará temporariamente à frente da presidência do órgão.
Em entrevista à GloboNews, antes do anúncio feito por Pimenta, Simone Tebet chegou a dizer, à jornalista Míriam Leitão, que a troca seria um desrespeito, por parte do Planalto, com Cimar Azeredo.
Questionada sobre como reagia à escolha de Marcio Pochmann, Simone Tebet disse que não faria “pré-julgamento” sobre o economista e que ele será “bem recebido” na equipe.
“Ninguém me pauta, a mídia não me pauta, companheiros não me pautam, pessoas que me acompanharam na campanha não me pautam. O que me pauta é a justiça que eu tenho para mim de não querer, para os outros, o que eu não quero para mim. Eu não gosto de ser pré-julgada pelo meu trabalho e não farei isso com um colega que vai se somar conosco para fazer um grande projeto para o Brasil”, declarou.
Marcio Pochmann
Pochmann foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e participou da transição do governo após a eleição de Lula. Ele é ligado à ala mais desenvolvimentista de economistas do PT.
Presidiu a Fundação Perseu Abramo, foi candidato do PT à Prefeitura de Campinas em 2012 e 2016 e também dirigiu a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade durante governo de Marta Suplicy (PT), em São Paulo.