Prigozhin, líder do Grupo Wagner, usa martelo como ferramenta de tortura e poder

Um motim iniciado nos últimos dias na Rússia chamou a atenção para o Grupo Wagner, uma milícia mercenária contratada pelo governo Vladimir Putin para agir em diversas frentes de batalha. O Fantástico mostrou a história desse grupo que movimenta milhões e deu detalhes da ascensão de seu líder, o empreendedor Yevgeny Prigozhin.


Nos últimos anos, as acusações de extermínio, tortura e estupros coletivos praticados pelos mercenários são cada vez mais frequentes e uma ferramenta em especial é utilizada pelos seguidores de Prigozhin para amedrontar seus inimigos: o martelo.


O primeiro registro é de 2017, na Síria: um soldado do exército de Bashar Al-Assad, acusado de tentar fugir, foi punido a marteladas.


A crueldade é uma estratégia incentivada pelo chefe. Em vídeo que se espalhou pelas redes sociais em 2022, um mercenário que tentou abandonar o Grupo Wagner é espancado com a mesma marreta usada no vídeo da Síria.


Em janeiro, no campo de treinamento onde o grupo Wagner começou, Yevgeny Prigozhin abertamente reforçou que o martelo é uma marca dos seus métodos.


“Eu trouxe uma arma de presente aos instrutores. Quero um treinamento intensivo para que todo mundo use isso aqui”, diz ele ao abrir uma caixa com um enorme martelo dentro.


Yevgeny Prigozhin. é figura central no grupo de mercenários russo. — Foto: TV Globo/Reprodução

Yevgeny Prigozhin. é figura central no grupo de mercenários russo. — Foto: TV Globo/Reprodução

Virada na guerra

 


Até fevereiro de 2022 o poder de Prigozhin não chamava a atenção do público, mas isso mudou quando Putin enviou tropas para a invasão da Ucrânia e encontrou uma forte resistência, apoiada por países europeus e pelos Estados Unidos.


Ao ver que a guerra poderia se prolongar, Prigozhin mudou de postura e passou a visitar penitenciárias para recrutar mercenários. Mas com as crescentes mortes na linha de frente, o empresário foi percebendo que sua milícia era indispensável na guerra e ficou mais ousado. Foi então que mirou no Ministro de Defesa da Rússia.


“Quando o ministro diz que não vai fornecer munição ou mandar as forças aéreas para apoiar o Grupo Wagner, isso equivale a traição”, disse Prigozhin.


O líder do Grupo Wagner também começou a ser filmado no campo de batalha, ao contrário de Putin e seus ministros.


Enquanto milhares de combatentes do grupo morrem no campo de batalha, Prigozhin negocia os serviços de seus mercenários em países da África e, em troca, vai acumulando direito de explorar minas de ouro e outros minérios.


Grupo Wagner surgiu em um acampamento, ao lado da Inteligência Russa — Foto: TV Globo/Reprodução

Grupo Wagner surgiu em um acampamento, ao lado da Inteligência Russa — Foto: TV Globo/Reprodução

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