O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (30), encerrando o primeiro semestre de 2023 com desvalorização de 9,27% frente ao real.
Ao longo do dia, os investidores repercutiram a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de alterar o regime de metas de inflação para uma meta contínua de 3% a partir de 2025.
Além disso, investidores acompanharam a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre os números de emprego no país. No trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego caiu a 8,3%.
A moeda norte-americana caiu 1,19% nesta sexta, cotada a R$ 4,7889. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar fechou perto da estabilidade, com baixa de 0,01%, a R$ 4,8466. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
alta de 0,23% na semana;
quedas de 5,60% no mês e de 9,27% em 2023.
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, encerrou o primeiro semestre do ano com alta acumulada de 7,61%. Em junho, o avanço foi de 9% — maior variação mensal desde o final de 2020.
O que está mexendo com os mercados?
Um dos grandes destaques do último pregão do semestre foi a alteração no regime de metas da inflação. Para este ano e o próximo, nada muda. Mas, a partir de 2025, a meta passará a ser contínua em 3%, não limitada ao ano-calendário.
No atual regime, a meta de inflação trabalha com um período fechado: de janeiro a dezembro de um determinado ano. Assim, o objetivo é que a inflação medida em dezembro, acumulada desde o janeiro anterior, esteja dentro da meta. No caso de 2023, o centro dessa meta é de 3,25%.
No modelo contínuo é diferente. A inflação tem que estar na meta ao longo de um horizonte de tempo, independente de data fechada. Haddad afirmou que o governo tende a trabalhar com o horizonte de 24 meses, mas que a definição do período caberá ao Banco Central do Brasil (BC).
Sobre o tema, a equipe de análise do BTG Pactual pontua que “a projeção é de queda das expectativas de inflação e curva de juros eleva precificação de corte da Selic (taxa básica de juros) e agosto. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a decisão pode ‘mudar velocidade’ dos cortes”.
Entre os indicadores, a taxa de desemprego recuou a 8,6% no trimestre encerrado em maio, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30). Em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre dezembro e fevereiro, o período traz redução de 0,3 ponto percentual (8,6%) na taxa de desocupação. No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 9,8%.
Com isso, o número absoluto de desocupados teve baixa de 3% contra o trimestre anterior, chegando a 8,9 milhões de pessoas. São 279 mil pessoas a menos no contingente de desocupados, comparado o último trimestre do ano passado. Em relação ao mesmo período de 2022, o recuo é de 15,9%, ou 1,7 milhão de trabalhadores.