O Ministério da Igualdade Racial afirmou neste domingo (21) que vai que notificar autoridades espanholas e a La Liga, responsável pelo campeonato espanhol, após ataques racistas contra o jogador brasileiro Vinícius Junior.
“Repudiamos mais uma agressão racista contra o @vinijr. Notificaremos autoridades espanholas e a La Liga. O Governo brasileiro não tolerará racismo nem aqui nem fora do Brasil! Trabalharemos p/ que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violências”, disse a pasta.
A ministra da pasta, Anielle Franco, também saiu em defesa do jogador brasileiro nas redes sociais.
“Inaceitável! O peito chega aperta de tanta indignação! Até quando teremos que lidar com isso!? Chega de racismo!!!!!!!!!”, escreveu a ministra.
Anielle Franco disse também que a pasta vai trabalhar para que “superar” o racismo que jogadores brasileiros ainda sofrem “dentro e fora dos campos e das quadras”.
Entenda o caso
O brasileiro Vinícius Junior tem sido vítima de ataques racistas durante jogos do campeonato espanhol. O mais recente aconteceu durante jogo neste domingo entre Valencia e Real Madrid, pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol, que foi interrompido no segundo tempo após parte da torcida presente no estádio Mestalla chamar o brasileiro de “macaco”. A partida acabou com vitória do Valencia por 1 a 0.
A LaLiga, liga que organiza a competição, tinha registrado até o fim de março oito reclamações na Justiça por racismo contra Vinicius Junior apenas nesta temporada do campeonato.
Nas redes sociais, o jogador afirmou que a La Liga, a Federação de Futebol da Espanha acham o comportamento racista “normal” e que o país europeu hoje é conhecido como um país racista no Brasil.
“Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, escreveu Vini.
Ministros do governo federal e parlamentares também manifestaram em solidariedade ao jogador brasileiro.
Veja repercussão política em apoio a Vini:
Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência: “Solidariedade a Vinícius Jr., mais uma vez vítima de racismo! Nojo dos torcedores brancos espanhóis e de La Liga que se cala e nada faz mais uma vez!”
José Guimarães, líder do governo na Câmara dos Deputados: “Nossa solidariedade ao @vinijr, vítima de racismo no campeonato espanhol. Receba o nosso abraço! O racismo é uma das piores expressões humanas, daquelas que já levou a sociedade ao abismo. Precisamos todos, nos levantar e dar um basta no racismo e nos racistas, punição já!”
Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência: “Inaceitável o novo episódio de Racismo sofrido pelo nosso craque brasileiro Vini Jr. na @LaLiga da Espanha. Não é a primeira vez que acontece, é urgente a responsabilização dos culpados! Não há espaço para Racismo no futebol. Toda minha solidariedade pra ti, @vinijr!”
Gleisi Hoffmann, presidente do PT: “Já perdemos as contas de quantos ataques racistas Vini Júnior sofreu na Espanha. Todo jogo ele sofre racismo. Até boneco dele já colocaram “enforcado” em uma ponte. Hoje Vini identificou os racistas na arquibancada. Até quando vão ficar impunes? É muito absurdo! Minha solidariedade ao jogador brasileiro.”
Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso Nacional: “Revoltante saber que o @vinijr foi, mais uma vez, vítima de racismo no campeonato espanhol. @vinijr, você é gigante e tem todo o nosso apoio e nossa solidariedade!”
Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos: “Inacreditável! Força ao craque @vinijr! Esperamos que alguma providência seja adotada pelas autoridades espanholas, porque se depender da @LaLiga , já deu para notar que não vai acontecer absolutamente nada…”