O secretário de Justiça e Segurança Pública do Acre, Coronel José Américo de Souza Gaia, anunciou hoje em reunião com a bancada federal e a governadora em exercício Mailza Gomes, que as facções criminosas no Acre se institucionalizaram e estão se profissionalizando.
Segundo José Américo, a localização geográfica do Acre, que faz fronteira com Peru e Bolívia – dois dos maiores produtores de cocaína no mundo, impulsionaram a profissionalização e institucionalização do crime. “Hoje eles são uma indústria, são empresários do crime”, disse. Para o secretário, as drogas que passam pelas estradas acreanas são para a manutenção do negócio no mercado local, e à medida que as forças policiais pressionam as rotas conhecidas, outras vão surgindo.
O secretário pede que a bancada federal discuta uma transversalidade do executivo e judiciário na atuação contra o crime organizado na região. Ou seja, que ambos os poderes estejam afinados num mesmo sentido para a resolução da questão. “A institucionalização das organizações criminosas incomoda todo mundo, o pobre, o rico, todas as camadas sociais. Não adianta a gente apreender um cidadão que furtou um celular e estava com uma tornozeleira eletrônica por estar vendendo droga. Então tem que haver um entendimento mais acertado quanto a restrição de liberdade dessas pessoas, um envolvimento maior do Ministério Público com o judiciário”, desabafou.
Américo pediu à bancada a liberação de recursos para o trabalho policial à fronteira, e prometeu que trabalhos intensivos nas áreas de borda com Peru e Bolívia mitigariam o poder das instituições criminosas. “Trazer a paz que o Acre merece. Éramos o único estado em que se dormia de janela aberta”, lembrou.