O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou nesta quarta-feira (17) que a perda de seu mandato ocorreu porque ele combateu a corrupção.
O mandato de Dallagnol foi cassado por unanimidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os ministros consideraram que o registro da candidatura dele não foi válido.
Para o TSE, Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato no Paraná, infringiu a Lei da Ficha Limpa ao se demitir do Ministério Público enquanto ainda respondia a processos disciplinares internos. Esses processos poderiam levar a punições.
“Eu perdi o meu mandato porque eu combati a corrupção. E hoje é um dia de festa para os corruptos e um dia de festa para o Lula”, afirmou.
Dallagnol afirmou que foi alvo de vingança.
“Eu fui cassado por vingança, porque eu ousei enfrentar o sistema de corrupção”, completou.
Dallagnol foi eleito com 344 mil votos no Paraná na eleição do ano passado.
O ex-deputado afirmou que os ministros do TSE utilizaram uma “inelegibilidade imaginária” para cassar o seu mandato, uma vez que ele não há processos administrativos disciplinares abertos contra ele.
Entenda a decisão do TSE
O ex-procurador foi alvo de uma ação no TSE que questionava o registro de candidatura dele.
A ação foi apresentada pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e pelo PMN.
Os partidos questionaram o registro de Deltan para concorrer como deputado por dois motivos.
O primeiro, em razão de uma condenação do Tribunal de Contas da União (TCU) por gastos com diárias e passagens de outros procuradores da Lava Jato.
O segundo argumento é que ele teria pedido exoneração como procurador enquanto ainda era alvo de 15 procedimentos administrativos, que poderiam resultar em aposentadoria compulsória ou demissão.
Os partidos afirmaram que Deltan tentou burlar a Lei de Inelegibilidade e a Lei da Ficha Limpa ao deixar o cargo antes do início dos procedimentos administrativos.