A 64a DP (São João de Meriti) vai ouvir novamente nesta quarta-feira (3) Alessandra dos Santos Silva, que teve o braço amputado após complicações da retirada de miomas no útero.
O objetivo, de acordo com o delegado Bruno Enrique Abreu, titular da 64ª DP (São João de Meriti), é esclarecer alguns detalhes que surgiram no decorrer da investigação.
Além da passista e trancista de 35 anos, um amigo dela também deve prestar depoimento.
Alessandra já prestou um primeiro depoimento à polícia sobre o primeiro atendimento no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluninense.
Após complicações na retirada dos miomas, com dedos escurecidos, Alessandra foi levada para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo. Dias depois, a amputação foi realizada.
A passista disse em entrevistas que acredita que houve negligência em algum momento do atendimento, mas que profissionais do segundo hospital salvaram sua vida.
“Se eu tive o braço amputado foi para salvar a minha vida do estado que eu cheguei lá. Se eu tivesse chegado em bom estado, não teriam que ter feito isso”, concluiu.
Gustavo Machado, o médico responsável pela primeira cirurgia na passista, prestou depoimento no dia 25. Ele disse que não houve negligência em seu atendimento. Outros médicos, inclusive o profissional responsável pela amputação, também foi ouvido.
A Fundação Saúde, órgão ligado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, instaurou uma sindicância administrativa para avaliar os procedimentos realizados em Alessandra.
Segundo a administradora, que gerencia a unidade, a paciente teve uma evolução clínica desfavorável, em que foi preciso aplicar medicação para conter uma hemorragia, mas que pode ter gerado a complicação no braço e que levou à amputação.