O Ministério Público de Goiás (MPGO), que investiga casos de manipulação de partidas de futebol, entregou nesta terça-feira (30) para a Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) da Manipulação do Futebol os documentos da investigação que está sendo feita sobre o tema no estado.
Na segunda sessão da comissão, os membros aprovaram requerimentos para terem acesso à investigação que está em curso pelos promotores.
A entrega foi feita em mãos para o presidente da CPI, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), durante audiência para ouvir o promotor responsável pela investigação, Fernando Cesconetto, e o procurador-geral do MPGO, Cyro Terra Peres.
Além deles, esteve presente o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, responsável pelas denúncias de esquemas no próprio time. Ele afirmou que , se não fossem as investigações, o futebol estaria “totalmente contaminado” em três ou quatro anos.
A CPI foi instituída em meio a uma operação policial que apura um esquema de fraudes no Campeonato Brasileiro e em torneios estaduais. O colegiado foi instalado na semana passada e terá 120 dias para investigar o tema.
O plano de trabalho do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), relator da CPI, determina que só serão objeto de investigação da comissão “as supostas manipulações em jogos de futebol profissional”.
Além disso, segundo o plano, serão apuradas pela comissão partidas do futebol masculino e feminino.
Entenda
No dia 10 de maio, a Justiça do estado de Goiás aceitou denúncia contra 16 acusados de participação em um esquema de corrupção que envolve jogadores de futebol e apostadores.
Segundo o Ministério Público de Goiás, o grupo criminoso cooptava jogadores com ofertas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos – como um número determinado de faltas, levar cartão amarelo, garantir um número específico de escanteios para um dos lados e até atuar para a derrota do próprio time.
Diante dos resultados previamente combinados, os apostadores obtinham lucros altos em diversos sites de apostas. Entre os réus, estão sete jogadores e nove apostadores.
A manipulação supostamente ocorreu em 13 partidas de futebol, sendo oito do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, um da Série B de 2022 e quatro de campeonatos estaduais realizados em 2023.