O motivo oficial para o silêncio do tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento à Polícia Federal (PF) é que a defesa dele não teve acesso ao resultado da perícia no celular e em outros itens apreendidos na operação que levou à sua prisão.
No entanto, pessoas no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão preocupadas com a postura do ex-ajudante de ordens. Eles acreditam que o silêncio pode significar que houve uma mudança de rota e que Cid pode estar cogitando fazer uma delação premiada – sinal que se soma ao fato de Bernardo Fenelon, especialista nesse tipo de colaboração, ter sido nomeado para fazer sua defesa após a saída de Rodrigo Roca, ligado à família Bolsonaro.
O tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi preso no começo de maio em investigação que apura fraude nos cartões de vacina do ex-presidente, da filha dele e de outras pessoas de seu entorno.
Em depoimento à PF na terça-feira (16), o ex-presidente disse que, se o ex-ajudante de ordens arquitetou a fraude, o fez “à revelia”. Bolsonaro afirmou também que não tinha qualquer conhecimento sobre o esquema e que não deu orientação a Cid para isso.