Niver do Rei: megafã de Roberto Carlos lembra loucuras que já fez pelo ídolo

Rosely Rodrigues, de 70 anos, amanheceu duplamente em festa nesta quarta-feira (19), e isso nada tem a ver com o Dia dos Povos Indígenas. É que a data também marca o aniversário de duas das pessoas que ela mais ama em todo o universo: um senhor capixaba de 82 anos e um menino paulista que completa 11. O pré-adolescente é Gustavo, seu único neto; já o idoso é ele, seu grande ídolo, o Rei: Roberto Carlos.


A coincidência do nascimento do neto amado no mesmo dia do aniversário do cantor em 2012 foi por escolha da natureza mesmo, já que o parto de Gustavo foi natural. Mas, depois de ouvir sobre as loucuras que a jornalista fez ao longo de quase seis décadas pelo Rei, não seria estranho se Rosely confidenciasse que deu algum jeitinho para fazer que as datas coincidissem.


A lista de histórias de Rosely com (ou por) Roberto Carlos vai longe:


*🚗🚙 Perseguir Roberto de carro por São Paulo em alta velocidade, com a mãe no banco do carona: ele de Corvette, elas de Fusquinha;


*👩‍🦰🌹👱‍♀‍ Disputar, com a apresentadora Hebe, uma rosa entregue a ela pelo Rei – e isso depois deu origem a uma pequena amizade entre as duas, com direito a reparação em rede nacional;


*👩‍👦🕺 Entrar escondida com seu filho de 5 anos pela porta dos fundos de uma casa de shows para ver o Rei (e ver, mas não conseguir falar nada de tanta emoção);


*🎦🏃‍♀‍ Ainda adolescente, sair escondida dos pais para se inscrever numa seletiva de fãs que queriam aparecer num filme de Roberto Carlos;


*🍾🗑️ Saber até o que tinha no lixo do cantor, de tanto fazer plantão na porta da casa dele;


*👩‍🎨🖼️ Desenhar retratos e mais retratos de Roberto Carlos e levar os melhores de presente de aniversário;


*👶 Batizar o primeiro filho com o nome de Roberto;


*🍷🙅‍♀‍ Depois de outra perseguição automotiva, ser chamada pelo Rei para tomar um vinho e recusar, pois tinha marido e filhos esperando em casa.


Perseguição e um convite surreal

Rosely não tem no currículo apenas uma, mas duas perseguições automotivas a Roberto Carlos pelas ruas de São Paulo. A segunda delas começou com uma tocaia de madrugada, horas depois do fim de um show, e acabou com um convite do Rei para tomar vinho, que foi prontamente recusado pela fã. Será que ela se arrependeu?


Hebe e a rosa de Atlantic City

A disputa por uma rosa de Roberto Carlos com a apresentadora Hebe Camargo em 1988 foi o início de uma das histórias mais incríveis que Rosely narra. Inclui um café da manhã na casa de Hebe e uma rosa enviada pelo Rei a Rosely diretamente de Atlantic City, nos EUA, com dedicatória gravada logo após um show e transmitida em rede nacional no programa da Hebe.


Paixão adolescente

Uma das memórias mais antigas e preciosas que Rosely guarda é de 1967, quando foi até o Centro de São Paulo escondida dos pais para se inscrever numa seletiva de jovens que queriam aparecer no filme “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”.


“Eu tinha 14 anos, eu era muito menina. E sem saber que precisava de autorização, e isso e aquilo, fui parar lá no Centro da cidade, na Rua 13 de Maio, se não me engano. Fizemos até uma entrevista com o [ator] Reginaldo Faria, eu era muito falante, ele gostou demais de mim. Mas, quando voltei pra casa, meu pai ficou muito bravo. Primeiro que eu não devia ter ido, segundo que eu não tinha idade para isso”, recorda Rosely, rindo um pouco da própria audácia.


O episódio lhe rendeu uma carta assinada pelo Rei. “Se você for aprovada, será chamada para a decisão final, que caberá ao diretor do filme, meu xará Roberto Farias. Não esqueça, portanto, que eu estou torcendo por você. Com carinho, Roberto Carlos”, diz o papel amarelado escrito à mão, que ela exibe com orgulho entre a memorabília (leia a íntegra na foto abaixo).



Desenhos, a casa e o lixo do Rei

Fazer plantão na porta da casa de Roberto Carlos no bairro do Morumbi, em São Paulo, era um dos hobbies de Rosely e de suas amigas na juventude. Quando recebiam um mero aceno pela janela, a visita já valia o dia ou a semana inteira, segundo a fã. Rosely estudava artes e, na época, levava um presente especial todo dia 19 de abril.


“Eu desenhava ele, sempre. Meu professor até reclamava, ‘caramba, você não sai desse preto e branco’, mas eu fazia sempre assim e levava lá na casa dele, tocava a campainha. Duas vezes ele mesmo veio receber”, conta.


Nos dias menos “movimentados” desses plantões pelo ídolo, ela e as amigas achavam outras coisas com que se distrair, como observar o que tinha nos cestos de lixo da casa de Roberto. “A gente parava e ficava olhando o lixo. Não mexia no lixo, mas a gente olhava. E tinha sempre garrafa de [whisky] Chivas”, recorda.



Com o filho (Roberto!) a tira-colo

Com tanta admiração envolvida, não é de surpreender que o primeiro filho de Rosely, nascido em 1979, já viesse com nome certo: Roberto. E se você imaginou que começar uma família colocaria um freio nas loucuras da fã por seu ídolo, está enganado. Aos 5 anos, Robertinho foi a tira-colo acompanhar a mãe em uma aventura – e acabou conversando com seu xará mais do que a própria Rosely.


Roberto Carlos estava pra fazer um show no Palace, tradicional casa de shows em São Paulo na década de 1980, Rosely chegou mais cedo ao estacionamento e viu o momento em que o cantor chegou e entrou por um portão. Notou em seguida que uma mulher foi até lá e entrou pelo mesmo portão, e não teve dúvidas. Levou o filho pela mão e fez o mesmo.


“Aí eu entrei, dei dois passos e estava ele ali, parado em frente. Parei, e eu sempre falo a mesma coisa pra ele: ‘eu não acredito’, porque é inacreditável. Ali ele falou: ‘vamos sentar aqui’, ele sentou, pegou meu filho e falou: ‘vamos bater papo, nós aqui, que a tua mãe não está passando bem'”, conta ela, rindo.


Quando o cantor perguntou ao menino se ele sabia quem era aquele “tio” ali, Robertinho respondeu na mesma hora cantando: “Sou fera ferida…”, refrão do sucesso que Roberto Carlos gravou em 1982, com letra de Erasmo Carlos. O xará mais novo conta que ainda tem algumas poucas memórias desse encontro.



‘Mãe, se segura!’

Rosely conta que certa vez foi com a mãe buscar a irmã no trabalho, ela trabalhava no Shopping Iguatemi. Rosely dirigia seu Fusquinha, a mãe ia na frente, a irmã no banco de trás, quando, perto da Avenida dos Bandeirantes, ela viu um carro esportivo passando “a milhão” e reconheceu na hora. Virou para o lado e disse: “Mãe, se segura, que é o Roberto Carlos”.


Sem pensar duas vezes, saiu em perseguição na direção da casa do Rei, que ela já sabia muito bem onde ficava.


“Entrei no começo da rua, parei atrás do carro [dele]. Ele olhou, se espantou. Eu estava espantadíssima. Ele desceu, eu já fui descendo, mas ele veio na janela da minha mãe dizendo que eu tinha feito uma coisa que ela não podia ter deixado. E a minha mãe disse: ‘Ah, Roberto. Quando o assunto é Roberto Carlos, eu não consigo interferir'”, recorda.
Voltaram as três para casa com um autógrafo em um caderno e mais uma história pra contar.



Finalmente, uma foto juntos

Em 2019, depois de tantas décadas acompanhando a carreira do Rei, Rosely finalmente conseguiu realizar um de seus maiores sonhos: ter uma foto com Roberto Carlos. Uma amiga que trabalha com assessoria de imprensa conseguiu colocá-la para dentro do camarim após uma apresentação. Assim que entrou no carro para voltar pra casa, ela escreveu:


“Quanto tempo esperei por essa foto… Uma vida! Fui a todos os programas da Jovem Guarda, no teatro Record. Várias vezes acenei para o Rei em aeroportos. Meu pai estacionava o carro na Albuquerque Lins só para eu vê-lo saindo. Ah, eu era tão jovenzinha. (…) E o tempo foi passando. Ainda guardo os álbuns que eu fazia, os LPs já riscados, as rosas que ganhava, enfim… Tudo guardado também na memória. Foram tantos momentos, tantas emoções, tantos fatos, mas nenhuma foto. E hoje, eu divido com vocês o momento em que minha mão suava, meu coração batia na garganta, minha pálpebra pulava e as duas pernas tremiam… E eu falei com ele!”



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