Em outubro do ano passado, uma série de nomes buscaram conquistar uma vaga no Congresso Nacional, ou ser reconduzido ao cargo, com a ajuda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Embora o então mandatário não tenha conseguido se reeleger, o apoio levou diversos candidatos a saírem bem sucedidos do pleito, garantindo ao seu partido a maior bancada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
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Ex-ministros, como Damares Alves, Ricardo Salles e Marcos Pontes são alguns dos que conquistaram uma cadeira inédita no Congresso, ampliando a presença bolsonarista nas Casas legislativas. Já o ex-vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira foi o mais votado para a Câmara em todo o Brasil.
Por outro lado, aliados do ex-presidente, como o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, não tiveram o mesmo desempenho e não tomam posse nesta quarta-feira.
Veja nomes de bolsonaristas que tomam posse hoje e quem não se elegeu:
Marcos Pontes (PL-SP)
O astronauta e ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações Marcos Pontes (PL – SP) foi eleito senador por São Paulo.
Tereza Cristina (PP-MS)
Candidata ao Senado Federal pelo Mato Grosso do Sul, a deputada federal e ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina (PP-MS) foi eleita. Nas urnas, Tereza recebeu mais votos que Luis Henrique Mandetta (União Brasil), ex-ministro da Saúde de Bolsonaro que rompeu com o presidente por divergências na resposta à pandemia e se tornou crítico ao mandatário.
Ricardo Salles (PL-SP)
O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-MA) se candidatou a deputado federal e foi eleito. Durante o período em que participou do governo Bolsonaro, Salles ganhou notoriedade por ter se envolvido em uma série de polêmicas, tornando-se alvo da Polícia Federal por suspeita de favorecimento de interesses de madeireiros.
Além disso, ele recebe fortes críticas de ambientalistas pela atuação à frente da pasta e já foi citado em um inquérito do Ministério Público de São Paulo por enriquecimento ilícito.
Damares Alves (Republicanos-DF)
Ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos – DF) foi eleita para representar o Distrito Federal no Senado a partir de 2023 neste domingo. A vitória veio após um embate entre bolsonaristas com a também ex-ministra Flávia Arruda (PL – DF), que esteve à frente da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A corrida teve início com Flávia na liderança, segundo as pesquisas, com uma vantagem superior a dez pontos percentuais sobre Damares. A candidata do PL representa o bloco político conhecido como Centrão, que se aproximou do governo federal no ano passado. Já Damares, que é pastora evangélica, é um dos nomes da ala ideológica do bolsonarismo e contou com o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para ultrapassar Flávia na corrida ao Senado.
Daniel Silveira (PTB-RJ)
O ex-deputado federal ficará sem assento após tentar uma vaga para o Senado. Apoiado por Bolsonaro, ele recebeu cerca de 1,5 milhão de votos dos eleitores fluminenses, apesar de sua candidatura ter sido indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) após ser preso e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em fevereiro de 2021, o deputado foi preso em flagrante por ordem do STF depois de gravar um vídeo com ofensas a ministros da Corte e em defesa do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Ele foi solto em novembro, mas permaneceu a maior parte do tempo em prisão domiciliar.
Nikolas Ferreira (MG)
Ex-vereador de Belo Horizonte, Nikolas Ferreira (PL-MG), de 26 anos, foi o deputado federal mais votado do país, alcançando quase 1,5 milhão de votos. O segundo deputado federal mais votado, Guilherme Boulos (PSOL-SP), teve cerca de 500 mil eleitores a menos. Nikolas tem forte presença nas redes sociais, onde sempre demonstrou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Gilson Machado (PL-PE)
Ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL-PE) concorreu ao Senado Federal por Pernambuco. No entanto, a candidata do PT, Teresa Leitão, foi a escolhida pelos eleitores.
André Porciúncula (PL-BA)
Ex-secretário de Incentivo à Cultura durante a gestão Bolsonaro e ex-capitão da Polícia Militar, André Porciúncula (PL-BA) tentou, mas não conseguiu tornar-se deputado federal pela Bahia.
Sergio Camargo (PL-SP)
Quem também não conseguiu vaga no Congresso, para onde concorria por São Paulo, foi Sergio Camargo, ex-presidente da Fundação Palmares que chegou a ser afastado das atividades relativas à gestão de pessoas pela Justiça do Trabalho após denúncias de assédio moral.
O Globo