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Mortes em atentado a mesquita no Paquistão sobem a mais de 100

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O número de mortos em um atentado a uma mesquita em Peshawar, no Paquistão, subiu para mais de 100 nesta terça-feira (31), um dia depois do incidente -há ainda ao menos 170 feridos. O ataque, realizado por um homem-bomba, levou parte do edifício a colapsar e soterrar muitas das cerca de 300 a 400 pessoas presentes no local no momento da explosão.


Equipes de emergência continuaram vasculhando os escombros em busca de corpos ao longo da madrugada. O porta-voz da organização de resgate 1122, Bilal Ahmad Faizi, afirmou que seu time removerá a última parte do teto desabado nesta terça e, assim, terminar a tarefa. Ele afirmou, porém, que não há expectativa de encontrar sobreviventes.


A mesquita ficava em um complexo em Peshawar que abriga vários prédios oficiais, incluindo as sedes da polícia e do departamento de contraterrorismo. Segundo as autoridades, mais de 90% das vítimas eram policiais -eles estavam reunidos para as orações do meio-dia, tradicionais para os muçulmanos.
Nesta terça, 20 dos agentes foram sepultados após uma cerimônia religiosa. Os caixões foram enfileirados e cobertos com a bandeira paquistanesa.


Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque até agora. Um comandante do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), conhecido como o Talibã Paquistanês, chegou a assumir a responsabilidade por ele inicialmente. Horas depois, no entanto, um porta-voz do grupo negou envolvimento na explosão, alegando que a política do TTP não prevê ataques a mesquitas e outros locais de culto.


O grupo, formado por radicais que desejam substituir o atual governo por um regime islâmico linha-dura, tem realizado ataques cada vez mais constantes desde que pôs fim a uma espécie de acordo de paz facilitado pelo Talibã afegão no ano passado.


Trata-se do segundo atentado a uma mesquita em Peshawar em menos de um ano -a cidade, que fica no limite com as áreas tribais autônomas na fronteira com o Afeganistão, é alvo frequente de militantes. Em março do ano passado, o EI-K, braço local do grupo terrorista Estado Islâmico, assumiu a autoria de um ataque suicida que deixou 64 mortos, o mais grave registrado no Paquistão desde 2018.


O país tem enfrentado um agravamento da situação de segurança desde que o Talibã retomou o poder no Afeganistão, em agosto de 2021. Após o ataque desta segunda, o governo paquistanês decretou alerta máximo por todo o país, designando franco-atiradores para proteger diversos edifícios e pontos de acesso em Islamabad.


 


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