Aliados tentam se cacifar para ministérios; Lula quer segurar anúncios

À medida que as equipes temáticas da transição de governo vão ganhando forma, aliados próximos ao presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), passam a articular as nomeações para os cargos dos futuros ministros. Segundo auxiliar próximo a Lula, porém, o petista deve segurar as conversas e começar a anunciar os primeiros nomes apenas entre a última semana de novembro e a primeira de dezembro.


Lula deixou claro que nomes que estão integrando a coordenação de grupos temáticos da transição não necessariamente comandarão as pastas do primeiro escalão. Na quinta-feira (10/11), durante agenda com políticos aliados, o presidente eleito disse que o vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin (PSB), não será ministro do futuro governo.


Ex-governador de São Paulo, Alckmin coordena a equipe de transição. “Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro, porque é o vice-presidente”, declarou Lula na ocasião.


Atualmente, a Esplanada conta com 23 ministérios. A equipe de Lula estuda recriar pelo menos 13 postos no primeiro escalão, chegando ao total de 36. As outras 11 pastas devem ser mantidas. O número, no entanto, pode mudar ao longo da transição.


O maior imbróglio está na composição da área econômica. O atual Ministério da Economia deve ser dividido em quatro pastas: Fazenda; Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e Empreendedorismo e Economia Criativa.


Veja a lista de todos os cotados para áreas econômicas:


  • Alexandre Padilha, do PT (Fazenda)
  • Aloizio Mercadante, do PT (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão)
  • Fernando Haddad, do PT (Fazenda; e Planejamento, Desenvolvimento e Gestão)
  • Gleisi Hoffmann (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão)
  • Henrique Meirelles, do União (Fazenda)
  • Márcio França, do PSB (Indústria)
  • Pérsio Arida (Fazenda)
  • Rui Costa, do PT (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão)
  • Wellington Dias, do PT (Fazenda; e Planejamento, Desenvolvimento e Gestão)

A ideia de Lula é preparar o nome que venha a assumir o comando da Fazenda para disputar o Palácio do Planalto em 2026. Dos nove conhecidos que tentam se cacifar para as pastas a serem criadas, cinco são do PT, sigla do presidente eleito.


Segundo interlocutores, o presidente eleito quer que seu terceiro mandato seja diferente dos anteriores, nos quais nomes ligados ao PT, majoritariamente, comandavam os ministérios. A ideia agora é de “renovação”, e o petista quer dar mais espaço para aliados de outros partidos.


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