A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou nesta quinta-feira (6/10) que o próximo ano será difícil para a economia global, pois um terço do planeta entrará em recessão e aqueles que não passarem diretamente pela crise, ao menos sentirão seus efeitos.
Segundo Georgieva, 2023 herdará os reflexos dos “choques” da invasão da Ucrânia pela Rússia, a alta dos preços da energia e as pressões inflacionárias persistentes nos países desenvolvidos. Em paralelo à inflação dos países ricos, há a desaceleração dos crescimento dessas mesmas economias.
A diretora-gerente recomenda que os bancos centrais do mundo continuem a aumentar as taxas de juros para lidar com a inflação. “Não aumentar o suficiente [as taxas de juros] faria com que a inflação se tornasse desancorada e entrincheirada, o que exigiria que os juros futuros fossem muito mais altos, causando grandes danos ao crescimento e às pessoas”, disse Georgieva durante coletiva nesta quinta-feira.
Apesar do pedido, ela alerta que muitos aumentos de juros podem levar a uma “recessão prolongada”, mas o risco de fazer muito pouco no momento é maior, disse ela.
A diretora-gerente também criticou medidas para blindar a população dos aumentos de preços de energia às custas do endividamento do Estado, políticas adotadas por Reino Unido e Alemanha. Sem citar os países, Georgieva disse que “controlar os preços por um longo período não é acessível, nem eficaz”.