Integrantes do PT afirmam que Janones tem agregado nas redes sociais para a campanha, mas lembram que o movimento “não é de graça”

Integrantes do PT enxergam a retórica polêmica do deputado federal André Janones (Avante-MG) e uma possível migração de parte dos votos para o concorrente como um “preço a pagar” em prol da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.


Janones era candidato à Presidência, aparecia com cerca de 1% das intenções de voto em pesquisas eleitorais e desistiu da disputa ao Planalto no início de agosto para apoiar Lula. Desde então, além de se dedicar à campanha à reeleição, o deputado federal tem atuado fortemente nas redes sociais a favor de Lula com um comportamento incisivo e até belicoso, com série de xingamentos a adversários.


A postura já lhe rendeu o apelido de “Carluxo do Lula”, em comparação com Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro e um dos responsáveis por alimentar as redes sociais do pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL).


Para integrantes do PT ouvidos pela reportagem, a retirada da candidatura à Presidência foi um gesto de grandeza de Janones, pois, mesmo com 1% nas pesquisas, qualquer voto a mais para Lula é considerado importante, com impacto no primeiro turno das eleições.


Também avaliam que Janones tem agregado nas redes sociais para a campanha de Lula, que perde em números de seguidores para os perfis do presidente Bolsonaro. No entanto, lembram que o movimento “não é de graça”. Isso porque o próprio Janones aproveita a proximidade obtida com Lula para ampliar sua notoriedade na esquerda e pode conquistar votos em Minas Gerais, que antes iriam para deputados federais do PT no estado.


O PT está numa federação com PCdoB e PV. A intenção do grupo é conseguir eleger cerca de 13 deputados federais em Minas Gerais, dos quais oito à reeleição. Formar uma bancada forte na Câmara dos Deputados é uma das prioridades do PT neste pleito.


Segundo um deputado mineiro do PT, “todo mundo está ciente que Janones vai levar voto do lulismo”. A maior preocupação é que Janones pode ajudar a eleger candidatos do Avante que não sejam ligados a Lula, relata. “É uma caixinha de surpresa. Não sabemos quem vai ser eleito nessa avalanche de votos que ele pode trazer.”


Além de Janones, são deputados federais de Minas Gerais pelo Avante Luis Tibé e Greyce Elias. O primeiro é presidente nacional da sigla, enquanto a segunda é mais ligada a Bolsonaro. Ambos são candidatos à reeleição.


Ainda assim, o deputado do PT da bancada de Minas afirma serem “preços que temos que pagar diante do que Janones traz de benefício hoje para o Lula”. No momento, a aliança tem valido a pena para ambos os lados quando colocada na balança.


O discurso dos petistas é de que o objetivo principal é eleger Lula e que o momento político exige concessões.


O engajamento de Janones, porém, deve ter limites e, se for para radicalizar demais, que fique na conta do deputado do Avante, na avaliação de petistas. Cabe ainda à coordenação nacional da campanha de Lula avaliar se Janones está exagerando na dose.


Alguns petistas se incomodam com a retórica dele nas redes por causa dos xingamentos. Também pegou mal entre os petistas o bate-boca do deputado com Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, nos bastidores do debate presidencial na Rede Bandeirantes. A expectativa é que a discussão tenha sido uma questão isolada. Janones depois pediu desculpas, gesto visto pelos petistas como mea culpa.


Debate

As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.


O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.


Fonte/ Portal CNN Brasil


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