A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) veiculou, nesta quinta-feira (15/9), um vídeo publicitário para desmentir as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre sua suposta inocência. A gravação mostra, durante 2 minutos e 42 segundos, várias reportagens de televisão de diferentes emissoras noticiando a condenação do petista na Lava Jato.
O vídeo tem início com um uma atriz contratada pela campanha defendendo que o candidato à reeleição usará o espaço não para divulgar propostas, como de costume, mas “apenas para dizer a verdade”. “Este espaço é para divulgar propostas, ideias e o que acreditamos ser o melhor para o Brasil. Mas hoje eu quero pedir licença porque estão tentando fazer você acreditar numa mentira e nós não podemos permitir. Não vamos fazer julgamentos, apenas dizer a verdade”, introduz.
Na sequência, a gravação mostra reportagens de arquivo da TV Globo e imagens das delações do ex-ministro da Casa Civil de Lula Antonio Palocci e do empresário Marcelo Odebrecht. Na oportunidade, um narrador ainda destaca que, ao longo do processo, foram colhidas mais de 60 delações contra o petista.
Em seguida, a campanha transmite a seguinte fala de Lula: “Fui julgado, fui considerado inocente”, que é prontamente rebatida pelo narrador.
Posteriormente, a campanha de Bolsonaro cria um cenário hipotético para explicar a razão de Lula não estar preso. “Imagina um bandido assaltando uma mulher, um policial age, prende o bandido e junto com as testemunha vão todos para a delegacia federal. São ouvidos e o bandido é preso, aí chega o advogado e diz que o crime não é federal e, portanto, o ladrão deveria estar em outra delegacia. Aí o bandido é solto. Ou seja, o roubo existiu. Só que o ladrão será julgado em outro lugar”, exemplifica.
“Foi isso que aconteceu com Lula. O processo mudou de lugar, mas a verdade, essa não muda. Democracia é isso, você pode votar em quem você quiser, mas como você viu Lula está mentindo, ele não foi inocentado”, prossegue o vídeo, que encerra com o slogan: “Bolsonaro presidente, pelo bem do Brasil”.
Caso do tríplex foi arquivado em janeiro
Citado na propaganda eleitoral de Bolsonaro, o processo sobre o tríplex do Guarujá envolvendo Lula foi arquivado pela 12ª Vara Federal Criminal de Brasília em janeiro deste ano. A decisão ocorreu após pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal.
A medida foi tomada por causa da prescrição (fim do prazo para punição) dos supostos crimes cometidos pelo ex-presidente – e não por absolvição de Lula.
Depois de a atuação do ex-juiz Sergio Moro ser considerada, a investigação teria que recomeçar do zero e não seria possível reaproveitar provas colhidas no processo original, de Curitiba. Na decisão, a Justiça reconheceu que houve prescrição, já que o prazo para réus com mais de 70 anos é reduzido pela metade.
“Não, não foi. A pior é maior mentira dessa eleição é dizer que Lula foi inocentado”, enfatiza o vídeo publicitário.
Confira o vídeo:
https://youtu.be/Y7Ied04V3Hw
Metrópoles