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Médica é acusada de racismo por filha de paciente: ‘deveria tomar chibatadas’

Uma médica de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), foi acusada de racismo contra um homem negro de 62 anos. A filha do paciente diz que a profissional disse que ele deveria “tomar chibatadas”. O caso ocorreu nesta segunda-feira (20).


Segundo a filha, de 29 anos, seu pai estava em observação desde domingo (19) na ala de urgência da unidade de saúde. Durante uma consulta com a médica de plantão, na qual ela participou, o paciente relatou que tomava sempre os remédios para pressão na parte da manhã, mas se esquecia algumas vezes à tarde. Ainda de acordo com a filha, a médica em seguida teria começado a passar as mãos na própria pele e dito que o idoso “merece tomar umas chibatadas por não tomar a medicação da forma correta”. As informações são do portal BHAZ.


“Senhor, negro não é igual branco. A pele do negro, igual à do senhor, a tendência é coração explodir. Olha, eu sou branca e o senhor é negro. Essa pele é diferente”, teria dito a profissional, que tem 60 anos.


Em seguida, o homem afirmou, sim, ter culpa, pois sua esposa deixa os remédios separados em cima da mesa, mas ele se esquece de tomar.


Segundo a filha, a médica respondeu: “Tá vendo? Você tem uma escrava. Você merece tomar umas chibatadas na cara”.


Quando pai e filha saíram da consulta, ela acusou a profissional de racismo e acionou a Polícia Militar. Ela diz que gravou o diálogo.


Versão da médica


À PM, a médica negou ter cometido racismo e disse que foi ameaçada pela filha do paciente. Segundo ela, o idoso enfrentava uma “crise gravíssima” de hipertensão. Durante a consulta, a filha teria negado que o pai não tomava remédios.


A profissional relatou que disse apenas que o idoso “jamais poderia ficar sem tomar os remédios”, pois estaria sujeito a um AVC (Acidente Vascular Cerebral) grave. Ela também afirma que mencionou a raça do paciente “de maneira científica e técnica”, pois, segundo ela, pessoas negras têm mais dificuldade em controlar a hipertensão.


A médica disse que a filha de seu paciente gravou vídeos e áudios da consulta, mas sem sua autorização.


Ela ainda buscou justificar sua declaração sobre “chibatadas”, dizendo que a vida “dá bordoadas na gente”, e que o paciente poderia ter complicações graves. A médica acusou ainda a filha de incomodar outros pacientes ao gritar que ela havia sido racista.


Com medo das supostas ameaças, a médica interrompeu a consulta e foi para um local “seguro” da UPA.


As duas mulheres foram à delegacia prestar depoimento, segundo a PM. De acordo com a Polícia Civil, o caso foi registrado como injúria racial.


Qual a diferença entre racismo e injúria racial?

O crime de injúria racial está previsto no artigo 140, 3º parágrafo do Código Penal e prevê de 1 a 3 anos de reclusão, além de multa. Segundo o regulamento, injuriar corresponde a ofender alguém por conta de sua cor, etnia, religião, origem ou raça.


Já o racismo, previsto na Lei 7.716/1989, acontece quando um indivíduo agride uma pessoa ou coletivo, discriminando-os por conta de sua etnia. Sendo assim, o racismo dirige-se a um grupo completo de pessoas e englobam infrações mais amplas. Como exemplos pode-se citar o impedimento ao acesso às entradas sociais em edifícios, negar ou impedir que o indivíduo em questão consiga emprego etc.


Como posso denunciar estes crimes?

Para se proteger deste tipo de violência, a vítima pode denunciar presencialmente ou online.


Caso o crime esteja acontecendo em tempo real, o indivíduo pode chamar a polícia pelo 190. A entidade pode conter a agressão, e até mesmo levar o criminoso preso em flagrante.


Se o crime já tiver acontecido, vale procurar o posto policial mais próximo para registrar um boletim de ocorrência com o máximo de detalhes possíveis. Vale fornecer também nomes e contatos de quem testemunhou o acontecido.


Pela Internet

A vítima também pode denunciar os crimes de injúria racial e racismo por meio do site da Secretaria da Justiça e Cidadania, pelo Portal SP156 e pelo Safernet.


Por telefone

Já pelo telefone, é possível denunciar as infrações pelo Disque Direitos Humanos. Para isso, basta teclar o número 100.


Quem reside na cidade de São Paulo também pode apresentar a queixa pela Central 156.


Fonte/ Portal Yahoo.com


 


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