“Vocês sabiam que, desde dezembro do ano passado, eu estou impedido de tomar a benção a meu pai?”, indagou o governador Gladson Cameli, em tom de desabafo, para uma platéia de no mínimo 500 pessoas sob uma tenda durante uma solenidade no bairro 8 de Março, em Brasiléia, nesta terça-feira, 10.
O governador não deu maiores detalhes mas deixou claro que a distância entre ele e seu pai, o empresário Eládio Cameli, que reside em Manaus (AM), obedece a imposições legais a partir da Operação Ptolomeu, da Polícia Federal, que investiga supostas irregularidades no Governo do Acre e estabelece que os investigados – no caso o governador e alguns de seus familiares, como seu pai – não podem manter contatos entre si.
Sobre o assunto o governador disse ter a consciência tranquila. “Só não sei se estão tranquilos aqueles que tentaram acabar com o nosso Governo”, acrescentou.
“O que posso dizer é que nosso Governo está firme, trabalhando e realizando aquilo com o que nos comprometemos. E eu continuo como massa de bolo, aquele que quanto mais apanha, mais cresce e mais fofo fica”, disse, arrancando risadas da platéia.
Gladson Cameli fez as declarações logo após voltar ao solo após um sobrevôo de helicóptero sobre o canteiro de obras do Anel Viário, que está sendo construído pelo Governo interligando os municípios de Epitaciolândia e Brasiléia, com uma ponte sobre e rio Acre, uma obra superior a R$ 100 milhões e pelo menos dois anos de trabalho.
“São dois anos de trabalho, mas eu vou inaugurar esta obra como governador”, disse, deixando claro que tem convicção de sua reeleição, já que o atual mandato acaba em dezembro deste ano.
Sobre o sobrevôo ao canteiro de obras, Gladson Cameli disse ter gostado do que viu, lá do alto. “A empresa não parou um só dia de trabalho, mesmo com toda a chuva. É por isso que estou animado, certo de que a obra vai ser entregue dentro do cronograma, principalmente agora que conseguimos garantir mais recursos para avançar numa segunda etapa”, acrescentou.