Idaf confirma 1º caso de mormo no Acre e animal deve ser sacrificado no interior do estado

Doença é causada por uma bactéria e pode ser passada a humanos. O caso foi confirmado em uma fazenda em Sena Madureira. Animal participou de uma competição fora do estado há 2 meses.


O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) confirmou, nessa quinta-feira (24), o primeiro caso de mormo no estado do Acre. O animal, que testou positivo para a doença, é uma égua de uma propriedade de Sena Madureira, no interior do Acre, e tem histórico de sintomatologia respiratória.


O animal passou por exames, que indicaram a doença e uma amostra foi encaminhada ao laboratório de Pernambuco, que atestou se tratar de mormo.


O mormo é uma doença infectocontagiosa dos equídeos (muares, asininos, equinos), causada pela bactéria Burkholderia mallei, que pode ser transmitida ao homem e eventualmente a outros animais.


“Os equídeos podem apresentar, dentre outros sintomas clínicos, febre, descargas nasais mucopurulentas (catarro), presença de tumores/nódulos subcutâneos e ainda apresentar pneumonia. A infecção humana, pode ser adquirida através do contato direto com secreções e úlceras cutâneas de animais doentes, bem como por meio de objetos contaminados ou após exposição acidental em laboratórios”, diz a nota técnica divulgada pelo Idaf.


Esta é uma doença de notificação obrigatória ao serviço veterinário oficial do Ministério da Agricultura. O presidente do Idaf no Acre, José Francisco Thum, disse que assim que foram acionados, uma equipe foi enviada a Sena Madureira.


A recomendação é sacrificar o animal e fazer exames em todos os outros para saber se mais algum cavalo vai testar positivo para a doença. Ele disse que essa égua participou de uma competição há cerca de dois meses, mas a origem da contaminação ainda está sendo investigada.


“Esse animal participou de uma prova há cerca de um dois meses, de uma prova fora do estado e a suspeita é que pode ter vindo contaminado de lá, mas não é oficial. Está sendo feita a rastreabilidade dessa situação para saber de onde foi a origem da contaminação”, explicou.


A princípio, os donos da área estavam tratando como se fosse uma outra doença, conhecida como garrotilho. Os animais mais suscetíveis são cavalos.



Idaf orienta que cuidadores de cavalos mantenham os exames dos animais em dia — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre


“É uma doença que não existia no Acre até então, este é o primeiro caso que foi diagnosticado oficialmente pelo Ministério da Agricultura, com provas, contraprovas, tudo oficializado, então estamos tendo oficialmente o primeiro caso de mormo no estado”, disse o presidente.


Thum destaca ainda que os cuidados devem ser redobrados, já que a doença é altamente contagiosa entre animais e considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida ao homem. O controle de exames nos animais é a maneira mais eficaz de combater a doença.


Não existe tratamento eficaz para a mormo, sendo que a recomendação do Ministério da Agricultura é o sacrifício do animal. A expansão da doença pode gerar, além de prejuízos aos cuidadores dos cavalos, risco à saúde pública.


“Por ser uma doença, que é zoonose, que pode ser transmitida dos animais para os seres humanos, exige cuidados, fiscalização mais apurada e detalhada, se preservando assim a vida dos animais e seres humanos, uma vez que quando contaminado causa uma síndrome respiratória, podendo levar à morte.”


Fonte: G1ACRE


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