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Menina de 4 anos sobrevive após ficar mais de 2 minutos submersa em rio: ‘foi milagre’, diz pai

Após uma semana internada, inclusive na UTI, a pequena Lara Manuella recebeu alta. Vendedor e policial penal ajudaram no resgate e reanimação.
Huiltemar Rodrigues e Josiane Corrêa, pais da menina de 4 anos, viveram momentos de tensão com o afogamento.
Desespero e agonia. Essas duas palavras resumiram o dia 5 de dezembro, um domingo, na vida da família da pequena Lara Manuella Corrêa da Costa, de apenas 4 anos. Em um dia de passeio com os pais, a menina acabou se afogando num descuido e passou mais de 2 minutos completamente submersa nas águas do Rio Matapi, num balneário próximo ao município de Santana, na Região Metropolitana de Macapá.
Lara estava brincando em uma área rasa, chamada de trapiche – base de madeira utilizada para dar apoio aos banhistas – acabou se afastando dos pais e indo para o meio do rio, onde não conseguia ficar de pé.
O pai Huiltemar Rodrigues da Costa, de 39 anos, conta que chegou a ver a criança afundar, mas achou ser algum banhista nadando e não reconheceu a filha.
“O pior de tudo é que eu vi ela, mas não consegui identificar, porque já estava escurecendo. Quando perguntei pela Lara, caiu minha ficha e nos desesperamos”, lembra.

Lara Manuella, de 4 anos, passou mais de 2 minutos submersa e foi retirada da água sem vida — Foto: Huiltemar Rodrigues/Arquivo Pessoal
A história de Lara Manuella ganhou repercussão após o pai fazer uma publicação nas redes sociais. O motivo, foi o agradecimento aos dois homens que salvaram a vida da criança.
Em um trecho da postagem, Huiltemar escreveu: “Não tenho palavras para externar a minha gratidão pelo brilhante ato de heroísmo dessas duas pessoas”.
O responsável por tirar Lara Manuella das águas foi o vendedor varejista Fabrício de Souza Braga, de 42 anos. O homem pulou no rio assim que percebeu que se tratava de um possível afogamento.
“Depois de passar alguns minutos procurando, senti uma coisa. Percebi que era a perna dela. Me deu um calafrio de medo, mas sabia que era ela. A criança estava toda roxa, escura. Foi algo totalmente fora do comum”, contou Fabrício, que aprendeu a nadar ainda na infância, quando morou no interior.

Antes do acidente, os pais registraram vários momentos da filha brincando na água — Foto: Huiltemar Rodrigues/Arquivo Pessoal
Por conta do estado grave de saúde e ter desenvolvido pneumonia, a menina foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança e Adolescente (HCA). Dias depois seguiu para a enfermaria onde permaneceu estável até receber alta, na segunda-feira (13).
“Fui na ânsia de tentar alcançá-la e perdi o fôlego. Voltei para a superfície, mas graças a Deus o Fabrício conseguiu encontrá-la. Foi uma sensação horrível, ela já estava totalmente morta, roxa, com os olhos sangrando. Foi muito triste”, relembrou o pai.
Um policial penal, que também estava no balneário, prestou os primeiros socorros e ficou mais de 5 minutos tentando reanimar a criança, até que ela voltasse a apresentar os sinais vitais.
“Parece que isso estava premeditado desde a hora em que chegamos. A mãe dela estava sentindo uma coisa estranha. Minha filha sempre teve medo de água, medo do rio, principalmente porque ela não sabe nadar”, diz o pai.

Mãe da menina disse ao marido que estava com um ‘pressentimento ruim’ no dia do passeio — Foto: Huiltemar Rodrigues/Arquivo Pessoal
O Rio Matapi, onde ocorreu o afogamento, possui como principal característica a cor escura das águas, o que dificulta a visibilidade, e contribuiu para a demora na localização da criança.
Quando foi encontrada, a menina de 4 anos já estava com a pele escurecida por conta do tempo em que ficou submersa e precisou ser reanimada.
“Eu tenho duas filhas e me coloquei no lugar dos pais da menina. Quando vi o desespero deles, não pensei duas vezes”, afirmou Fabrício, responsável pelo salvamento.
De acordo com o Ministério da Saúde, o afogamento é a maior causa de óbitos acidentais entre crianças de 0 a 4 anos de idade.
Vida nova
A menina ainda não tem dimensão do que aconteceu, mas, segundo o pai, ela conta que foi salva por forças divinas. “Ela fala que foi embora para a água e que Jesus a pegou, que Ele pegou pelos braços dela”.
“Milagre divino, não foi outra coisa. A maré estava alta, muito fundo. Uma criança de 4 anos… eu só pensava no pior. Não tem outra explicação: foi milagre”.
Em casa, a menina está consciente, conversa bastante com os pais e não apresenta sequelas. A família ainda espera a total recuperação da criança para marcar um encontro entre Lara Manuella e os dois homens que salvaram sua vida.


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