“Homem-Aranha” da enfermagem vira melhor amigo de menino cego em SP

Richard Pereira da Silva, o “Homem-Aranha” da enfermagem, e seu fã mirim
Richard Pereira da Silva, de São Vicente (SP), é conhecido como “Homem-Aranha” da enfermagem.
O técnico de 37 anos visita hospitais e comunidades carentes fantasiado para levar alegria às crianças.
Na pandemia, ele só visitou um fã mirim de 7 anos, cego e cadeirante, que o considera “melhor amigo”
Richard Pereira da Silva, morador de São Vicente (litoral de São Paulo), é conhecido como “Homem-Aranha” da enfermagem. O técnico de 37 anos realizou um sonho de infância ao se vestir como o herói da Marvel e visita hospitais e comunidades carentes fantasiado para levar alegria às crianças.

O profissional se divide entre ser técnico em enfermagem e “super-herói” há cinco anos. “Sempre fui fã do Homem-Aranha, sempre me identifiquei com esse personagem, o ‘amigo da vizinhança’. Depois de participar de um evento, fiquei pensando se poderia fazer algo com a roupa, e surgiu a ideia de fazer visitas a crianças em comunidades e hospitais”, explicou Richard em entrevista ao portal G1.
O trabalho voluntário começou quando ele trabalhava em um hospital e via como as crianças internadas ficavam inquietas pela situação: “Senti aquela adrenalina, a emoção de ver as crianças. É muita felicidade você chegar no leito e as crianças verem o super-herói, parece que o leito acaba virando um parque de diversão”.
Durante a pandemia, Silva precisou interromper as visitas, mas conversava com as crianças por meio de videochamadas na internet. O único paciente que recebeu a visita presencial do “herói” durante a quarentena foi um garoto de 7 anos, que, segundo a Prefeitura de São Vicente, tem microcefalia e mielomeningocele. Por isso, é cadeirante e deficiente visual.
Richard conheceu o menino em 2019, quando ele ainda tinha parte da visão. A criança se apaixonou pela história do super-herói e afirmava que ele era seu melhor amigo. Após a perda total da visão do menino, o técnico em enfermagem continua visitando-o, usando a voz como maneira de a criança o reconhecer como o Homem-Aranha.
“É um guerreiro desde pequeno. Hoje ele não enxerga, mas ele já toca e sabe. Se eu falar: ‘Oi, adivinha quem está aqui’, ele já fala que é o Homem-Aranha. Ele não liga para presentes, mas sim para a presença. Pergunta se eu vim pela janela, diz que é meu melhor amigo. É mágico, uma lição de vida”, relatou ao portal G1.



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