O nível do Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome, voltou a subir nas últimas horas e ultrapassou pela terceira vez no ano a cota de transbordo, que é de 9,50 metros. De acordo com dados da Defesa Civil Municipal, na medição das 6h desta segunda-feira (22), o manancial marcou 10 metros, são 22 centímetros a mais em 24h.
Pelo menos quatro bairros da cidade voltaram a ser atingidos com a nova subida das águas após fotos chuvas. Entre eles o Bairro Triangulo, parte do Centro, Senador Pompeu, Bairro das Flores e o entorno da BR-364. Ao menos três mil casas estão atingidas pela nova cheia.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, sargento Marcelo Monteiro, ainda não há pedidos para retiradas de famílias. Mas, a estimativa é que cerca de 50% da cidade já esteja atingida. A Defesa Civil considera atingidas pela cheia casas onde a água chegou, desabrigando ou não os moradores.
“Não temos nenhuma família desabrigada ou desalojada e nenhum pedido de retirada. Como já falei anteriormente, as casas aqui são altas, as pessoas já são preparadas para essas situações de enchente. Nessa medição não temos ninguém com água dentro de casa, mas seguimos monitorando”, disse o sargento.
Enchente
A nova enchente na cidade ocorre uma semana após os moradores atingidos pelas águas do manancial na segunda alagação terem voltado para suas casas. Mais de 100 pessoas foram desabrigadas pelas águas no último dia 12.
Com uma população estimada em 43.151 pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Tarauacá chegou a ter 28 mil moradores afetados com a enchente do rio no mês passado.
De acordo com a Defesa Civil, dos nove bairros que há na cidade, apenas um não foi atingido pelas águas. Cerca de 90% do município foi afetado pela enchente. Devido a situação, a cidade decretou calamidade pública no dia 18 de fevereiro.
No último dia 22 de fevereiro, quando as águas baixaram pela primeira vez, os moradores que voltavam para casa chegaram a relatar que a cidade parecia um cenário de guerra.
Calamidade pública
No dia 22 de fevereiro, o governador Gladson Cameli decretou calamidade pública em dez cidades do Acre por conta da cheia dos rios e igarapés. No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o estado de calamidade nos municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. A cheia dos rios chegou a atingir mais de 130 mil pessoas no Acre.