Após anos de espera, o médico Miguel Guizzard, responsável técnico pela área de radioterapia e radiologia da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), como se chama o Hospital de Câncer do Acre, e principalmente os pacientes que precisam enfrentar o TFD pra realizar tratamento de saúde, vão poder comemorar o tão sonhado funcionamento do Acelerador Linear.
Por telefone, Kelsinéia Araújo, responsável pelo setor no Uancon, e que assumiu em maio deste ano, disse que falta pouco para o retorno dos tratamentos de radioterapia aqui no Estado.
“Até a próxima sexta-feira, 27, o Físico deverá concluir o Plano de Proteção Radiológica, que será encaminhado para a CEN – Comissão de Energia Nuclear, no Rio de Janeiro e eles terão até 30 dias para fazer a vistoria e liberar a sala para o atendimento”, explicou Kelsinéia.
Ela informou ainda que todos os ajustes necessários e exigidos pra o funcionamento da máquina, já foram sanados. Principalmente questões relacionadas a umidade no local.
“ Apesar de a CEN ter uma prazo de 30 dias para a visita e liberação, temos informação de que o Ministério da Saúde vai intervir junto a comissão, para acelerar o processo, visto que há muito tempo não disponibilizamos esse tratamento aqui no Estado e é considerado prioridade para o MS”, concluiu.
O novo Acelerador Linear tem capacidade de atender mais de 100 pacientes por dia. Com esse número de atendimentos nenhum paciente terá que fazer radioterapia fora do Estado.
O aparelho moderno faz parte de um lote de apenas 80 aceleradores enviados para todas as regiões do país, o Acre foi contemplado pelo Ministério da Saúde com um aparelho, que não estava em funcionamento porque as adequações no controle de umidade da sala não tinham sido feitas.
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A paciente, Maria José não poderá esperar a instalação do aparelho, e realiza uma rifa para se manter em tratamento em outro estado. Foto: arquivo pessoal
Dona Maria José da Silva, de 65 anos, moradora do João Eduardo 2, sofre com câncer no pulmão há mais de 3 anos, mas que só foi confirmado pelos médicos recentemente. Em virtude da gravidade e da necessidade da paciente, ela não vai poder esperar o funcionamento do acelerador. Dona Maria deu entrada pelo TFD –Tratamento fora de domicílio e deverá fazer seu tratamento em Porto Velho ou em outro lugar que o Estado conseguir vaga.
Para piorar a situação de Dona Maria, disseram no TFD que ela não tem direito a ajuda de custo e a casa de apoio durante o tratamento, pois é aposentada e ganha um salário mínimo. A família não sabe como vai pagar aluguel, comprar remédios e arcar com todos os custos da viagem.