Amazon-Madrid: Governadores apresentam Consórcio da Amazônia para a comunidade internacional

O Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, composto por sete estados da Amazônia além de Maranhão e o Mato Grosso, foi a principal entidade no painel Amazon-Madrid, como parte da Conferência do Clima da ONU, a COP 25, que acontece ao longo de toda esta terça-feira, 10, na sala de convenções do Novotel Madrid Center.


Gladson disse que compromisso do governo é o de estimular o uso de áreas abertas, propondo a regularização do passivo ambiental por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA) Foto: Cedida

Os governadores Gladson Cameli (Acre), Wilson Lima (Amazonas), Helder Barbalho (Pará), Waldez Góes (Amapá) e os vice-governadores José Atilio Salazar (Rondônia), Octaviano Pivetta (Mato Grosso), Wanderlei Barbosa (Tocantins) lideraram vários painéis que apresentaram estratégias do consórcio para financiar o desenvolvimento com baixas emissões na Amazônia brasileira.


Em seu discurso, Waldez Góes, presidente do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, afirmou que “é preciso reduzir as diferenças na área social e na atividade econômica, viabilizado a sobrevivência dos nossos povos tradicionais, assim como também a venda de serviços ambientais”.


“A integração é necessária porque estamos isolados e precisamos de uma Amazônia Legal dialogando com o Brasil”, afirmou.


Segundo Waldez, existem compromissos assumidos, mas a cobertura de saneamento básico na Amazônia não chega a 25%. “Um contrassenso porque defendemos a cadeia produtiva de baixo carbono e as pessoas que vivem na cidade têm carência de serviços básicos como saneamento, que por não atender a demanda causa prejuízos enormes aos rios e florestas da Amazônia”, ressalta.


Waldez Góes reafirmou os compromissos da Amazônia com a agenda do clima. “Faremos chegar ao ministro Sales a carta dos governadores em que reafirmamos na cúpula do clima e no Vaticano, na COP a realização do Amazon Madri”.


Painéis apresentaram estratégias do consórcio para financiar o desenvolvimento com baixas emissões na Amazônia brasileira Foto: Cedida

No entendimento do presidente do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, “2020 será um marco para os serviços ambientais que garantem uma floresta em pé”.


“Que se avance e se consolide estratégias, mas que os estados da Amazônia tenham receptividade da comunidade internacional, que valorize o esforço das populações tradicionais”.


Para o governador do Amazonas, Wilson Lima, “é preciso que as ações estratégicas, efetivamente, saiam do papel. As decisões do consórcio estão alinhadas com o governo federal e o congresso nacional”.


“O povo da Amazônia sempre fez sua parte na preservação. Quem mora lá tem maior interesse em preservar. Precisamos que o mundo nos apóie para nos desenvolvermos dentro do viés da preservação ambiental”.


Helder Barbalho, governador do Pará, afirma que é “importante o momento de discussão do equilíbrio climático, sustentabilidade e o futuro da humanidade”.


“É fundamental que possamos compreender a importância do protagonismo dos estados. Isso requer a criação de estratégicas que construam soluções sustentáveis associado a palavra desenvolvimento”.


Acre reafirma incentivo à produção em áreas desmatadas e de manejo comunitário

O governador Gladson Cameli abriu o primeiro tema, intitulado Compromisso para o Desenvolvimento de Baixo Carbono’, com uma explanação de como a sua http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração vem tratando a pauta.


Aos integrantes do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, do qual o Acre é signatário com outros seis estados amazônicos e o Maranhão e o Mato Grosso, o governador Gladson Cameli falou do compromisso de incentivar o uso das áreas abertas por meio da regularização do passivo ambiental.


Dos mais de 16 milhões de hectares que formam o estado do Acre, pelo menos dois milhões são de áreas sem floresta, perfazendo 54 mil propriedades rurais, pertencentes a 50 mil pequenos produtores.


“O compromisso do nosso governo é o de estimular o uso dessas áreas abertas, propondo a regularização do passivo ambiental por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA)”, disse o governador do Acre.


“Vamos investir na mecanização e na recuperação de pastagens, especialmente para os médios e grandes produtores”, completou Gladson Cameli para uma plateia de ambientalistas de quase 200 países, além de membros da Rede de Governadores Regionais para o Desenvolvimento Sustentável na COP, que reúne 42 governos subnacionais de 20 países em quatro continentes.


Governador Gladson Cameli abriu o primeiro tema, intitulado Compromisso para o Desenvolvimento de Baixo Carbono Foto: Cedida

Para os presentes, Cameli informou que o Acre tem 85% da cobertura florestal ideais para atividades econômicas de baixas emissões, com potenciais madeireiro e não madeireiro, já excluídos desse percentual os 50% de áreas naturais protegidas.


Por isso, a expansão das áreas de manejo comunitário não madeireiro é uma das metas de sua http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração. “Estamos trabalhando para expandir as atividades de manejo florestal sustentável comunitário, que hoje já alcança cerca de 530 famílias nas regionais do Alto Acre, do Juruá e do Tarauacá-Envira”, destacou o governador. Essas pessoas trabalham com o manejo de espécies como o buriti, a castanha do Brasil, o murmuru, a borracha, o açaí, o bambu e as sementes florestais.


A gestão florestal do governo Gladson Cameli trará também benefícios para mais de 500 famílias que ocupam a microrregião do Complexo de Florestas do Rio Gregório, com a destinação de 240 mil hectares de floresta em regime de concessão florestal, além do manejo empresarial.


Parcerias importantes surtem o efeito desejado

No painel seguinte, cujo tema foi Parcerias para o Desenvolvimento de Negócios de Baixas Emissões e o Equilíbrio Climático, o governador Gladson Cameli destacou as parcerias feitas com instituições como o Programa REDD, cujo objetivo é a redução global dos efeitos das mudanças climáticas e com o banco de impulsionamento alemão KfW.


Essas parcerias são fundamentais para acelerar os processos de licenciamento ambiental e de regularização ambiental das propriedades rurais por meio do CAR e do PRA, já mencionados no texto principal desta reportagem.


Cameli citou ainda as ações de melhoramento e de recuperação de pastagem, fortalecendo importantes cadeias produtivas por meio do Programa de Florestas Plantadas, além do suporte às operações de fiscalização coordenadas pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre, o Imac, pelo Batalhão de Policiamento Ambiental e pelo Centro Integrado de Operações Aéreas.


Essas instituições monitoram o desmatamento, as queimadas e os incêndios florestais com base nas informações do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre.


Participaram também do painel Amazon-Madrid, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Israel Milani e o presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre, André Hassem.


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