A participação do Atlético-AC na Copa do Brasil Sub-17 acabou nas oitavas de final. Goleado por 5 a 0 pelo Vasco, nesta quarta-feira (21), em São Januário (RJ), o Galo Carijó foi eliminado da competição com duas derrotas e uma vitória – conquistada na primeira fase sobre o Verê-PR. Para o treinador Ailton Oliveira, que comandou o time ao lado de Gessé Araújo, a avaliação a ser feita vai além do resultado em campo. Ele considera que o clube conseguiu sair de cabeça erguida.
– A gente tem como positiva (a participação). Independente do resultado (no Rio de Janeiro), e do que antecedeu também (o primeiro jogo), a gente passou de fase (chegando às oitavas de final). É uma competição que todo clube do Acre que for participar, se for fazer uma avaliação, a maioria do estado vai falar contra né. Porque assim é o nosso futebol acreano. Mas nós passamos de fase em uma competição difícil – avalia.
Ailton Oliveira, técnico do Atlético-AC Sub-17 — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Ailton Oliveira, que ainda é atleta profissional e sabe bem as dificuldades para se seguir a carreira no futebol no Acre, ressalta que não há como cobrar de uma equipe que diariamente precisa correr atrás de campo para treinar, além de outras necessidades logísticas, um resultado de alto nível diante de um gigante do futebol nacional.
– A necessidade de investimento é enorme. A disparidade é tremenda. É fora da lógica alguém cobrar de uma equipe como o Galo, que tem uma logística muito difícil. A gente faz o que dá. Não é justificativa, mas se for analisar o Vasco vive pro futebol, e a gente tem que dividir essas tarefas. O atleta tem que estudar, tem a dificuldade financeira para se locomover. A gente não tem lugares específicos pra treinar, não tem investimento nenhum. A bola da competição a gente conheceu no dia do jogo contra o Verê-PR (na primeira fase). São coisas que precisam ser analisadas – afirma.
Fora da Copa do Brasil Sub-17, o Atlético-AC vai priorizar o Campeonato Acreano Sub-20, que dá vaga ao campeão para a Copa do Brasil da categoria e Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2020. Como muitos do elenco sub-17 integram o sub-20, o treinador diz que vai conversar com os atletas para saber o que pensam para o futuro. Ele acredita que os jogadores acabaram sentindo o peso da partida desta quarta e quando voltaram à realidade o jogo já estava 5 a 0 para o Vasco.
– A gente vai tentar ver o que acontece. Nós temos uma competição sub-20 e vamos conversar com os atletas para ver o que almejam pra vida deles. Tem toda essa parte psicológica dos atletas. Sobre o resultado, acho que muitos se espantaram com a dimensão e a grandeza que era a partida, a dimensão e a grandeza do adversário. E até encaixar você sofre esse alarde, que foram cinco gols no primeiro tempo. No segundo tempo a gente se alinhou e não sofreu nenhum gol – diz.
Ailton Oliveira aproveitou para elogiar a atuação do goleiro Rikelmo. O camisa 1 do Galo Carijó foi o principal nome da equipe na competição. Fez grandes atuações desde a estreia contra o Verê-PR. Nesta quarta, apesar da goleada sofrida, novamente foi importante evitando um placar ainda mais elástico, inclusive defendendo pênalti na etapa final.
Rikelmo defende pênalti em São Januário na derrota para o Vasco — Foto: Reprodução/CBF TV
– É inegável o quanto o Rikelmo (goleiro) nos ajudou nessas três partidas. Tem que haver um olhar melhor para esse atleta. É um atleta humilde, que tem uma condição difícil de vida, mas viram a atuação dele. A gente sabe a grandeza de um atleta quando ele é testado. E ele foi testado de todas as formas. E na grande maioria desses testes ele suportou. Defendeu um pênalti para coroar esses três jogos que fez. Então, é um atleta que merece aplauso pela competição que fez, e um olhar mais dedicado pra ele. Assim como outros atletas, como o Robertinho – completa.
A delegação do Atlético-AC retorna nesta quinta-feira para Rio Branco, capital do Acre. O desembarque está previsto para o fim da noite.