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Bebê morre após 43 dias à espera de cirurgia no coração

‘Foram empurrando até que meu filho faleceu’, diz mãe


mãe do bebê Davi Gabriel, que faleceu no último final de semana após 43 dias esperando uma cirurgia no coração, questionou a atuação do Estado do Tocantins. “Eles foram empurrando, empurrando até que meu filho faleceu”, disse Camila Cerqueira das Neves.


O G1 revela que, durante metade deste tempo, ela tinha uma decisão da Justiça determinando o procedimento, mas o Estado não cumpriu a ordem judicial.


“Você tinha um serviço, você deixa de ter o serviço por ato de gestão e as pessoas terminam não sendo socorridas em tempo hábil […] No plano criminal, a gente entende que essa responsabilidade é do gestor que não deu continuidade com aquele contrato inicial com Goiânia (GO). Antigamente, até 2015, nossas crianças iam para lá e nós não tinham demanda judicial de cardiopatia congênita aqui no Tocantins”, explicou o defensor público Arthur Pádua.


A Defensoria Pública destaca que, em 2018, quatro bebês morreram com quadro de doenças graves no coração enquanto aguardavam cirurgia. Entre os anos de 2016 e 2017, pelo menos outros quatro bebês morreram enquanto esperavam por transferência ou liberação dos procedimentos.


No Tocantins, as cirurgias cardíacas em crianças não são feitas porque não há estrutura de equipamentos e médicos. Uma ação civil da Defensoria e Ministério Público pedem que o governo monte a estrutura necessária para os procedimentos.


Em nota, a Secretaria do Estado de Saúde disse que “lamenta profundamente a morte do bebê Davi Gabriel” e que havia autuado o processo de compra para realizar o procedimento cirúrgico do recém-nascido e que foi feito o bloqueio no valor do procedimento no dia 24 de abril nas contas do governo.


O órgão disse ainda que estava aguardando um alvará pela Justiça para fazer a transferência. No entanto, o defensor público afirma que o Estado não dependia do alvará e poderia ter feito a transferência desde o momento em que foi notificado.


A mãe do bebê quesitnou: “Já tinha hospital disponível para ele fazer a cirurgia dele, mas não deu de ir porque o governo não depositou a verba […] O juiz bloqueou a conta do governo para depositar a verba na conta do hospital, mas mesmo assim eles foram empurrando, empurrando até que meu filho faleceu”, afirmou Camila Cerqueira.


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