Ao todo, foram atendidos quase 190 casos envolvendo crianças e adolescentes em situações de violação de direitos, segundo Conselho no interior do Acre.
Um relatório do Conselho Tutelar do município de Feijó, no interior do Acre, mostra que quase 190 crianças e adolescentes passaram por alguma situação de violação de direitos e foram atendidas pelo Conselho em 2017. Os casos de abandono, violência sexual e maus-tratos somam 71 atendimentos.
Conforme os dados repassados ao G1, foram 16 casos de violência sexual, sendo que sete ocorreram na zona rural de Feijó e outros nove na zona urbana. Em cinco casos as crianças atendidas tinham entre 0 e 12 anos incompletos e outros 11 tinham idade de 12 a 8 anos.
O levantamento aponta que em seis casos de violência sexual, os agressores são os próprios pais ou mães, em três casos são padrastos ou madrastas e sete dos casos os suspeitos são amigos da família.
O coordenador do Conselho em exercício, Francinelson Correia, informou que dos casos atendidos, cerca de 50% viraram inquérito e foram parar na Justiça. Segundo ele, existem ainda os chamados que são resolvidos no próprio conselho sem a necessidade de uma investigação criminal.
“Ao menos a metade desses casos já gerou inquérito, passou para o juiz e, em alguns deles, os responsáveis já estão na penitenciária. Além disso, existem mais 300 casos que acabam no conselho mesmo onde conseguimos conciliar ali ou nada é provado e não teve nenhum direito violado”, afirmou Correia.
Em relação ao abandono, o Conselho Tutelar no interior do Acre atendeu nove casos na zona rural e outros 19 na zona urbana, totalizando 28 situações, sendo 12 meninos e 16 meninas. Dos casos, 27 são crianças entre 0 e 12 anos.
Entre os principais suspeitos de abandonarem as crianças e adolescentes estão, em 26 dos casos, os pais e/ou as mães e em dois casos outro parente.
Os dados trazem ainda os atendimentos relacionados a maus-tratos. Ao todo foram 27 casos, sendo nove na zona rural e outros 18 na zona urbana. Entre as vítimas estão 16 meninos e 11 meninas, sendo 23 de faixa etária entre 0 e 12 anos e outros quatro entre 12 e 18 anos.
Com relação aos suspeitos pelos maus-tratos em 23 dos casos são os pais e/ou as mães, em três casos são padrastos ou madrastas e um caso consta no relatório como outro parente.
No total, o Conselho Tutelar em Feijó atendeu 187 casos relacionados a negligência, abandono, violência sexual, violência psicológica, maus-tratos, trabalho infantil e ato infracional.