Delegado Nilton Boscaro diz que Polícia Civil já tem suspeitos e faz buscas para capturá-los. Três jovens foram mortos e uma ficou ferida durante festa na sexta (2), no Conjunto Novo Horizonte.
Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação no caso dos três jovens que foram mortos durante uma festa de aniversário na noite de sexta (2), no Conjunto Novo Horizonte, em Rio Branco. O delegado Nilton Boscaro disse, em entrevista ao Jornal do Acre 2ª edição no sábado (3), que a polícia investiga se o crime foi passional ou motivado pela guerra entre facções.
“Temos algumas linhas investigativas, sejam por questões pessoais, passional, como também por membros de facção criminosa, dessa guerra que está interiorizada no nosso país. Vamos nos aprofundando nessas linhas e a situação vai se clareando até a gente lançar mão dessas pessoas que cometeram esses crimes”, disse.
Boscaro afirmou ainda que a Polícia Civil já tem alguns suspeitos do crime identificados. “Estamos trabalhando desde a hora que aconteceu o delito e vamos continuar até a captura desses indivíduos”, afirmou.
Tiroteiro em festa
Luana Aragão, de 21 anos, Rafaella Santos, de 17, e Renan Barbosa, de 20, chegaram a ser socorridos após serem baleado, mas não resistiram e morreram.
A quarta vítima, Cleiciane Rodrigues, de 19 anos, foi atingida por três disparos e encaminhada ao Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), em Rio Branco. Segundo a família, a jovem recebeu alta neste domingo (4), está bem e se recuperando em casa. Eles negam que ela tenha envolvimento com facções criminosas.
Os três jovens estavam em uma casa onde funcionava uma boca de fumo. A informação foi confirmada pelo tenente-coronel da Polícia Militar Elissandro do Vale. A polícia disse ainda que está investigando se as vítimas têm algum envolvimento com o crime.
No sábado (3), Rugleson Silva, de 23 anos, foi morto em um confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope). De acordo com a Polícia Civil, o homem teria roubado e dirigia a caminhonete usada pelo atirador que matou os três jovens durante a festa na noite do dia anterior.
Ainda conforme a Polícia Militar (PM-AC), três armas e um simulacro de pistola foram encontrados com Silva. A Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC) informou que ele atirou contra os policiais e já tinha passagem pela polícia.
Mortes violentas
Em menos 24 horas, somente durante a última sexta (2), Rio Branco registrou sete mortes violentas. Já no sábado (3), a capital acreana somou três mortes em menos de 24 horas. Ao todo, são dez mortes em dois dias na capital acreana.
A primeira morte de sábado (3) ocorreu no período da tarde, quando um Rugleson Silva, de 23 anos, morreu após entrar o confronto com o Bope.
A onda de violência continuou durante a noite, quando mais duas pessoas foram mortas na capital acreana. Desta vez, o crime ocorreu na noite de sábado (3), por volta de 19h, na Rua Campo Novo, no Residencial Rosalinda, no 2 º Distrito de Rio Branco.
As vítimas, segundo a Polícia Militar (PM-AC), foram identificadas como Deigison Borges de Souza, de 22 anos, que morreu no local. O outro atingido foi o adolescente Keven Xaviver de Lima, de 17 anos, que foi encaminhado ao Huerb, mas morreu durante uma cirurgia.
Apenas em janeiro deste ano, foram contabilizadas quase 50 mortes. No primeiro mês de 2018, 32 mortes ocorreram em Rio Branco e 16 no interior. Ao menos 29 óbitos foram causados por arma de fogo, na maioria dos crimes dois homens em uma motocicleta atiram nas vítimas e fogem do local.