Local recebe uma média de 400 visitantes por mês e é patrimônio histórico do Brasil.
Reinaugurada em junho deste ano, a Casa de Chico Mendes voltou a ser umas das principais atrações turísticas e locais de visitação em Xapuri, no interior do Acre. O imóvel, patrimônio histórico do Brasil, foi totalmente restaurado após ficar imerso durante a enchente de 2015.
Por mês, uma média de 400 pessoas visitam o local. Uma das visitações mais frequentes são as de alunos de escolas, que agendam idas até a propriedade. “A gente aproveita o momento para conhecer um pouco do que aconteceu com o líder seringueiro”, comenta a professora Verônica Lucena.
Para evitar a especulação imobiliária e evitar mudanças nas características originais, o Estado adquiriu as propriedades próximas ao lugar onde Mendes morou e foi assassinado. Reformada, a estrutura da casa de madeira do ambientalista, os móveis e outros objetos são todos originais.
A casa de Chico Mendes também virou museu. Placas em três idiomas levam os visitantes a conhecer a história do ambientalista e recontam o que aconteceu no dia do assassinato dele. Katicilene Rodrigues, coordenadora do lugar, fala que a preservação das características traz identificação.
“A partir do momento que a pessoa vem e visita a casa onde ele passava o dia a dia e conhece os objetos que ele manuseava, tem aquela identificação. Muitas pessoas que vêm aqui dizem que valeu muito a pena [a visitação] neste local”, complementa a coordenadora.
Na sala da casa, há uma estante com os livros que Mendes gostava de ler. Entre as obras, uma enciclopédia sobre a República Federativa do Brasil, uma coleção das obras do escritor Jorge Amado e livros que mostram a influência comunista do líder seringueiro.
Militar do Exército, Adailson de Freitas foi até Xapuri com a esposa para saber mais sobre Chico Mendes. Para ele, a preservação da casa do ambientalista é importante por manter vivo um capítulo importante da história. “É muito importante cuidar disso aqui. Esse local é do Brasil, pertence a Amazônia”.
Entenda
Em fevereiro de 2015 a casa do líder seringueiro Chico Mendes, assim como o Centro de Memórias Chico Mendes, foram completamente tomados pelas águas do Rio Acre, quando nível do manancial na cidade chegou a 16,50 metros. Os objetos da casa e material que estavam no Memorial aos Seringueiros foram retirados e transferidos para o Museu de Xapuri.
Em abril de 2016, mais de um ano após a enchente histórica, a obra de revitalização da casa onde morou e morreu o líder seringueiro foi iniciada. Após quase dois anos de obras, a casa de Chico Mendes reabriu em junho deste ano, voltando a receber visitas de turistas, estudantes e curiosos.