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Após ataques, participantes da XI Parada do Orgulho LGBT pedem paz e respeito em Rio Branco (AC)

Com o tema “Não é Festa, é Revolução”, a festa iniciou às 16h, em frente ao Colégio de Aplicação, no Centro da capital acreana.

Em meio aos ataques que ocorreram no sábado (5) e neste domingo (6), participantes da XI Parada do Orgulho LGBT coloriram as ruas de Rio Branco com muita festa e luta contra o preconceito. Com o tema “Não é Festa, é Revolução”, o evento iniciou às 16h, em frente ao Colégio de Aplicação, onde o trânsito teve que ser interditado, e terminou na Gameleira, no Segundo Distrito.


Nem a organização e nem a Polícia Militar (PM) divulgaram a estimativa de público. O presidente do Fórum Estadual de ONGs LGBTs, Germano Marino, aproveitou o evento para pedir paz e respeito e falou sobre a violência.


“É importante que a sociedade entenda que podemos conviver com a adversidade de uma forma respeitosa, que possamos tolerar, ainda mais hoje nos tempos atuais onde ocorre essa onda de violência. Estamos colorindo as ruas e queremos também entrar nesse enfrentamento contra a violência pedindo paz e respeito, porque hoje é dia da Revolução Acreana, é dia da Parada do Orgulho LGBT”, falou.



Marino comemorou os ganhos que a comunidade LGBT teve nos últimos dias e falou da importância desse reconhecimento.


“O Ministério Público lançou uma cartilha sobre os direitos da população LGBT e a quem recorrer caso haja algum tipo de violência. A prefeitura lançou uma portaria para que as pessoas possam usar o nome social. O governo também lançou uma portaria no mesmo sentido, além da criação do Conselho Estadual LGBT. Então, estamos hoje comemorando a revolução do Acre e dos nossos direitos”, salientou.



Todo de rosa, marca registrada quando participa da Parada do Orgulho LGBT, o funcionário público Ronaldo Teles também comemorou o reconhecimento e o respeito que o poder público está tendo pela comunidade.


“Só perdi a primeira parada porque não estava na cidade. Sempre saio de rosa, esse momento representa que estamos vencendo o preconceito. O poder público está reconhecendo a força da comunidade LGBT e nós seremos muito mais fortes”, afirmou.


Caroline Rodrigues disse que não é apenas no dia da parada que a comunidade tem que se assumir e se soltar e que todos merecem respeito. “Esse é o nosso momento, a gente não pode se esconder, estamos tá aqui para mostrar o que a gente é, temos que nos libertar, esse é o nosso momento”, comemorou.



Ataques

Após a onda de violência que ocorreu em Rio Branco na noite deste sábado (5) e manhã deste domingo (6), a Secretaria de Segurança do Acre convocou 400 homens para reforçar o policiamento nas ruas da capital acreana que atualmente conta com 150 agentes. Após quatro ônibus serem incendiados, o serviço de transporte coletivo foi paralisado temporariamente até a chegada de escolta policial para que os veículos voltem a circular na cidade.


Um dia antes da onda de violência em Rio Branco e interior do Acre, 22 presos foram remanejados para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no Presídio Antônio Amaro. Ao todo, foram registrados três homicídios em Rio Branco. Um dos homicídios, segundo a polícia, ocorreu no conjunto habitacional Cidade do Povo. A vítima foi Jazon Oliveira dos Santos, de 26 anos, morto após tentar assaltar um comércio no bairro e acabou sendo alvejado pelo segurança do local.


De sábado (5) até às 9h34 deste domingo (6) quatro ônibus foram incendiados segundo o Corpo de Bombeiros. A PM-AC informou que fez o acompanhamento dos ônibus até a última rota do dia após o ataque.


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