Quando o senador Gladson Cameli disse que os deputados federais ligados ao PT não se esforçam para capitalizar recursos ao Acre, os quatro parlamentares apoiadores de Tião Viana trocaram telefonemas intermináveis. A crítica desencadeou uma crise entre os 11 representantes do estado em Brasília, e foi motivada pelo tema que, certamente, pode ser determinante nas eleições de 2018: a BR-364. Apenas um deles, o franzino Léo de Brito, reagiu. E sua reação misturou pesar, ódio e vingança, num texto pessimamente redigido. Nele, o petista erra ao acusar o senador de ter embolsado diárias pagas pelo Congresso nacional e viagem a Paris, “onde acontecia a final da Champions League”. Na verdade, o confronto entre Real Madri e Juventus, na última partida pelo principal torneio europeu de futebol, ocorreu em Cardiff, capital e maior cidade de País de Gales. Abaixo, a carta aberta publicada por Léo de Brito
CARTA ABERTA AO SENADOR GLADSON CAMELI
Excelentíssimo senhor, senador, Gladson Cameli, trago essa carta a público para repudiar seu posicionamento durante uma entrevista concedida a uma emissora de rádio de Cruzeiro do Sul, que inclusive pertence a sua família, oportunidade em que o senhor teve a infelicidade de afirmar que: “os deputados federais ligados ao governo do Estado não fazem o mínimo esforço, em Brasilia, para conseguir recursos para a BR 364”.
Primeiro gostaria de me solidarizar aos demais companheiros de bancada, que nunca mediram esforços para trazer recursos ao estado do Acre, sejam eles de qualquer natureza e não somente para a manutenção da BR 364. O trabalho incansável dos companheiros, deputados federais César Messias, Moisés Diniz, Angelim e do senador Jorge Viana têm feito toda diferença para o nosso estado, numa parceria cada vez mais forte e consolidada com o governador Tião Viana.
Sinto muito, que o senhor tenha se acovardado diante da situação da BR 364, que há quase dois anos está sob responsabilidade do governo federal. Esse governo negligente e irresponsável com o Acre e com toda a população. Desde que a estrada saiu da responsabilidade do governo do Estado não há mais manutenção, muito menos fiscalização, o que a gente vê é um tráfego incontrolável de caminhões com peso acima do permitido, diariamente.
Perdi as contas de quantas vezes estive no Plenário da Câmara cobrando um posicionamento do presidente Michel Temer em relação a 364, tendo em vista que em 2015 o governador Tião Viana conseguiu a liberação de R$ 70 milhões para manutenção emergencial e, antes de sair, a presidenta Dilma deixou mais de R$ 200 milhões em recursos garantidos.
Eu, os demais parlamentares e o governador Tião Viana fomos dezenas de vezes ao Ministério dos Transportes, para junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), buscar e cobrar a liberação de recursos para manutenção e fiscalização da BR 364, e em NENHUMA das vezes o senhor esteve presente.
Enquanto estamos fazendo o nosso papel de oposição, cobrando que o governo federal e seus aliados cumpram com o seu papel, o senhor gasta o dinheiro público se esbaldando em viagens internacionais, como a última que fez para Paris, recebendo diárias do Senado, oportunidade em que acontecia a final da Champios League.