Virginia Vallejo, uma das mais famosas apresentadoras de TV colombiana, lança este mês, no Brasil, o seu LIVRO “Amando Pablo, Odiando Escobar”, em que conta a tórrida e longa paixão vivida com o traficante.
Hoje, ela vive em Miami, PARA ONDE SE mudou em 2006, com a ajuda do departamento antidrogas do governo americano. Ela denunciou a ligação de políticos colombianos com crimes praticados por narcotraficantes e passou a correr risco de morte.
Desde que aterrissou em solo americano, muita coisa mudou. Atualmente, vive em um apartamento com vista para o mar, onde guarda vestidos, joias e lembranças dos tempos áureos.
Em entrevista à à revista Marie Claire, Vallejo contou como conheceu Escobar. “Estava saindo com Aníbal Turbay [empresário colombiano], que era divorciado. Era o homem mais sexy do mundo. Não era o mais rico ou poderoso, mas muito sexy. E cheirava muita cocaína. Foi com ele que fui a Nápoles, a fazenda de Pablo, pela primeira vez. Levamos os filhos dele, que estudavam na Suíça e estavam de férias na Colômbia, para conhecer o zoológico. Disse que Pablo queria ser político e fazer caridade. Fomos de avião, com mais alguns casais, e assim começa a história [risos]”.
Segundo ela, neste mesmo dia, Pablo a salvou de um afogamento. “Quando balançou os braços pedindo socorro, os amigos acharam que estava brincando. Só Pablo percebeu que estava EM APUROS”.
Depois, a jornalista resolveu pedir ajudar ao traficante na tentativa de salvar o seu programa na TV. Pablo, segundo ela, concordou em dar DINHEIRO , em troca de uma nota de cinco minutos sobre os seus programas sociais, já que planejava ser político. Mas Virginia conta que ficou bastante comovida com o trabalho desenvolvido por ele em áreas pobres de Medellín e resolveu dedicar o programa inteiro ao traficante.
“Nesse mesmo dia, me convidou para jantar e perguntou se estava casada. Respondi que ainda não tinha ME DIVORCIADO DO meu marido, com quem fui casada dos 19 aos 21 anos, que se negava, havia mais de um ano, a assinar os papéis. Pablo disse: ‘Ligue para seu advogado na quarta-feira’. Na quinta, meu ex-marido apareceu branco e trêmulo para dar o divórcio [risos]. Logo no começo, percebi que Pablo era único e seu destino mudaria os rumos da humanidade”.
A jornalista diz que foi nesse jantar que tudo começou. “Percebi que deixaríamos de ser amigos para nos tornarmos amantes. Depois, ele mandou mil orquídeas para minha casa. Também enviou um avião para me levar a Nápoles. Respondi que não iria, E ELE DISSE que o avião ficaria me esperando dias, semanas, anos e todo o século, ‘porque me esperaria para sempre’. Foi quando finalmente topei. Viramos amantes e ele me disse: ‘Você pode me pedir o que quiser’. Respondi: ‘Não quero nada’. Isso, sim, é uma cena de amor de verdade”.
Questionada sobre o casamento do amante, Virginia confirma que sempre soube do compromisso. “Nunca quis que se separasse de Tata para ficar comigo. O que me interessava era o espírito de aventura”. E não perde a oportunidade de alfinetar a mulher de Escobar: “Tata, uma gorda, ‘hipopótama’ era cúmplice, escutava as torturas que ele praticava pelo telefone. Nessas séries e novelas que fizeram nos últimos anos, ela aparece como uma santa, uma camponesa, uma pobre coitada. Eu, a amante linda e rica, virei a vilã”.
Virginia garante que nunca participou de nenhum crime. “Primeiro porque ele não me contava seus planos, nunca me disse ‘vou matar alguém’. Queria que eu o adorasse e sabia que eu tinha regras morais muito fortes”.
A paixão vivida com Escobar também teve momentos violentos. “Ele me estuprou. Fez porque acreditava que eu iria viver na Europa com Gilberto Rodríguez [chefe do cartel de Cali e inimigo de Pablo]. Pensei por um momento em viver com Gilberto, tenho que ser honesta. Não quero descrever essa cena em detalhes porque está muito bem contada no livro. Mas ele me asfixiou com um travesseiro enquanto me estuprava. Queria me matar e não teve coragem. Eu chorava e ele também. Ele gemia como uma fera, um leão. Quando terminou, comecei a me arrumar para ir embora. Ao me ver linda, sentou-se em um colchão no chão, olhando para baixo. Ele não pediu desculpas, mas a linguagem corporal disse tudo. Eu estava com raiva e disse que ele gostava de ficar com meninas inocentes – tinha uma predileção por virgens – porque elas não fazem comparações com grandes amantes. Ele tinha o pênis pequeno e fazia amor como um menino do campo, não era bom de cama. E sabia que meu ex, Aníbal, tinha fama de ser o melhor amante do mundo, um mito em dois continentes”.
Virginia e Pablo terminaram a relação em 1987. “Quando me descreveu um plano parecido com o 11 de setembro, percebi que a diferença entre um assassino e um . O terrorista mata todos: homens, mulheres, crianças. Aí me dei conta de que tinha de deixá-lo”.
O livro escrito por Virginia também serviu de base para um filme, a ser estrelado por Javier Bardem e Penélope Cruz, com estreia prevista para o ano que vem.