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COB busca resultado histórico nos Jogos Olímpicos do Rio

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Pela primeira vez, o Brasil – e a América do Sul – receberão este ano, de 5 a 21 de agosto, uma Olimpíada, o maior evento multiesportivo do mundo, e o país já traçou sua meta: o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) quer que o Brasil termine os Jogos entre os dez maiores medalhistas. Caso consiga, será o melhor desempenho do país na história dos Jogos. O diretor executivo de Esportes do COB, Marcus Vinícius Freire, afirma que a preparação dos atletas para 2016 é a melhor já oferecida.
“A meta do COB para o Rio 2016 é colocar o Brasil no Top 10 do quadro total de medalhas dos Jogos Olímpicos. Estamos oferecendo a melhor preparação da história aos atletas para que eles tenham os melhores resultados de suas carreiras”, diz Freire. Ele destaca que o país terá mais de 400 representantes no Rio de Janeiro.
“O Brasil terá mais de 400 atletas competindo para chegar à nossa meta de Top 10, teremos algo em torno de 150 atletas medalhistas, incluindo aí as modalidades individuais e as coletivas. Vamos oferecer aos outros 250 atletas todo o apoio e suporte para que tenham a melhor atuação”.
Para o jornalista Cláudio Nogueira, especialista em esportes olímpicos, a meta traçada pelo COB é possível, mas vai depender de um bom desempenho tanto em modalidades tradicionalmente vencedoras, quanto de outras com resultados positivos recentes. “Acho que é uma meta factível, mas depende muito do desempenho de alguns esportes, principalmente aqueles em que o Brasil tem mais tradição”.
Nogueira cita vários esportes como importantes para o cumprimento da meta. Natação, judô, iatismo, vôlei de praia e de quadra – masculino e feminino – são alguns dos esportes lembrados e que têm subido ao pódio com frequência nos Jogos Olímpicos. Outros, no entanto, podem surgir como novas potências. “Na canoagem, temos chance de medalha, no tiro com arco temos o Marcos Vinícius D’Almeida, que é uma revelação, uma expectativa”.
O diretor do COB destaca as conquistas recentes do esporte brasileiro, o que classifica como fruto de uma preparação de longa data. “Em Londres, além das modalidades que já costumam trazer medalhas ao Brasil, tivemos novos pódios com o pentatlo moderno, boxe e a ginástica artística masculina. No Pan-americano de Toronto, tivemos ótimo desempenho no polo aquático, o hóquei sobre grama masculino e bons resultados na canoagem, por exemplo”.
O esporte brasileiro, no entanto, vai ter que superar alguns obstáculos para ficar entre os dez melhores dos jogos. O basquete masculino, por exemplo, que tem crescido muito nos últimos anos, precisaria superar equipes de peso como as da Argentina, Sérvia, Espanha e dos Estados Unidos para chegar ao pódio olímpico.
Outro problema está no atletismo. Embora o Brasil frequentemente conquiste medalhas no atletismo, a modalidade está em má fase. Conquistou só uma medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Toronto, em 2015, e nenhuma na Olimpíada de 2012. “Mudança de diretoria, além de mudanças técnicas, de diretores técnicos e chefias. Acho que isso pode ter causado problema no atletismo”, diz Nogueira.


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Para ele, o atletismo brasileiro tem tradição suficiente para consolidar-se no cenário internacional, mas ainda é inconstante. “O Brasil já teve Adhemar Ferreira da Silva, Joaquim Cruz, mais recentemente a Maureen Maggi, fora outros que não foram medalhistas de ouro. Por essa tradição toda, era para o nosso atletismo já ter uma escola que revelasse talentos, mas infelizmente não é assim. Acho que o nosso atletismo carece de mais investimentos”.
O jornalista, que cobriu as últimas três olimpíadas e os últimos cinco Jogos Pan-americanos, acredita que falta mais apoio em todo esporte brasileiro. “[Há] falta de investimento financeiro, patrocínio, mas também de investimento técnico. [Faltam] centros nacionais de treinamento para vários esportes. Acho que isso faz muita falta ao Brasil e ao esporte brasileiro como um todo”.
De acordo com o ministro do Esporte, George Hilton, um dos objetivos do governo é colocar à disposição da população os novos centros nacionais de treinamento, construídos para preparação dos atletas olímpicos de várias modalidades em diferentes estados. Além disso, serão construídas cerca de 200 vilas do esporte. Será uma área reservada à prática de várias modalidades e deverão ser erguidos, em um primeiro momento, em pequenos municípios.
“A Olimpíada acaba, mas ficará o legado material com esses equipamentos todos. Nós queremos aproveitar a Olimpíada para mudar essa cultura, combater o sedentarismo. E também queremos uma cultura de massificação da prática esportiva”, diz Hilton.
O ministro engrossa o coro do COB pela meta olímpica e acredita no trabalho feito também pelo governo federal, com o programa Brasil Medalhas, que injetou R$1 bilhão na preparação de atletas olímpicos e paralímpicos. “Nós preparamos bem os atletas, temos dado toda a assistência”, garante Hilton.
O ministro destaca a importância dos atletas olímpicos no estímulo à prática esportiva, independentemente dos resultados no Rio de Janeiro. “Eles, subindo ao pódio ou não, serão fundamentais para nos ajudar a propagar a ideia do esporte, como embaixadores que serão. Mas é claro que queremos vê-los no pódio, porque serão grandes inspiradores para nossas crianças e jovens”.
Quadro de medalhas
A meta do COB é ver o Brasil entre os dez países na soma de todas as medalhas. No entanto, os quadros divulgados geralmente levam em consideração o número de medalhas de ouro como critério de classificação de um país.
“Alguns países conquistam várias medalhas de ouro em apenas uma modalidade. Então, eles são potência naquela modalidade específica, mas não no todo. Por isso, o COB conta pelo total de medalhas”, afirma Freire.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) não é responsável pela montagem do quadro de medalhas divulgado pela mídia, alegando que estimula um espírito de competição entre os países, não condizente com o objetivo dos Jogos.


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