A Polícia Civil do Acre prendeu, no início da manhã desta quinta-feira, 25 de dezembro, Antônio de Sousa Moraes, de 22 anos, apontado como o principal suspeito do homicídio que vitimou o jornalista, colunista social e servidor do Ministério Público do Acre (MPAC), Moisés Alencastro. A prisão encerra quatro dias de buscas intensas e marca um novo capítulo nas investigações de um crime que chocou a sociedade acreana às vésperas do Natal.
Antônio estava foragido desde que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, após ser identificado pela Polícia Civil como o autor do homicídio. A captura ocorreu durante uma ação coordenada por equipes da Polícia Civil, que vinham monitorando possíveis rotas de fuga e contando com informações repassadas ao longo dos últimos dias. Até o momento, a polícia não divulgou detalhes sobre o local exato da prisão nem se o suspeito ofereceu resistência.
Crime descoberto após desaparecimento
Moisés Alencastro foi encontrado morto na noite da última segunda-feira (22), dentro do apartamento onde morava, no bairro Morada do Sol, em Rio Branco. A Polícia Civil foi acionada inicialmente para apurar o desaparecimento do jornalista, após familiares e amigos perderem contato com ele.
Durante as diligências, os investigadores receberam a informação de que o veículo da vítima havia sido abandonado no quilômetro 15 da estrada do Quixadá. Em seguida, equipes se dirigiram ao apartamento de Moisés, onde constataram o óbito, com claros sinais de violência. O local foi isolado para os trabalhos periciais.
Segundo a polícia, não havia sinais de arrombamento, o que indica que a vítima teria permitido a entrada dos envolvidos. A perícia também constatou a subtração de diversos pertences, como o celular, documentos, controles do veículo e do apartamento, além do próprio carro.
Indícios levaram ao suspeito
A identificação de Antônio de Sousa Moraes ocorreu a partir da análise de imagens, rastreamento do celular da vítima e informações obtidas junto a pessoas ligadas ao suspeito. Durante buscas em sua residência, a polícia encontrou vários objetos pertencentes a Moisés, reforçando os indícios de participação no crime.
Há ainda relatos de que o suspeito teria retornado ao local onde estava hospedado com roupas sujas de sangue, material que foi apreendido e encaminhado para exames periciais. A Polícia Civil também apura uma tentativa de uso dos cartões bancários da vítima em um estabelecimento comercial, logo após o homicídio.
De acordo com o delegado Alcino Ferreira Júnior, responsável pela investigação, o caso é tratado, tecnicamente, como homicídio qualificado seguido de furto, e não como latrocínio. A principal linha de investigação aponta para um desentendimento entre a vítima e os suspeitos.
Relação entre vítima e suspeito
Levantamentos feitos durante a investigação indicaram que Moisés Alencastro e Antônio de Sousa Moraes mantinham algum tipo de vínculo. Os dois se seguiam mutuamente nas redes sociais, o que reforça a hipótese de que se conheciam e tinham contato prévio.
Outro elemento que veio à tona nos últimos dias foi o contexto pessoal vivido pelo suspeito. Antônio havia perdido o pai pouco mais de um mês antes do crime, no dia 14 de novembro. Em entrevista exclusiva ao Ecos da Notícia, uma irmã do jovem afirmou não saber do paradeiro dele durante o período em que esteve foragido.
Prisão e próximos passos
Com a prisão efetuada na manhã desta quinta-feira, Antônio de Sousa Moraes deverá ser encaminhado ao sistema prisional e colocado à disposição da Justiça. Ele deve ser interrogado nos próximos dias para prestar esclarecimentos sobre a dinâmica do crime, a motivação e a possível participação de uma segunda pessoa, hipótese que a Polícia Civil ainda investiga.
O laudo cadavérico definitivo, que deve confirmar oficialmente a causa da morte de Moisés Alencastro — que teria sofrido pelo menos cinco golpes de arma branca — ainda é aguardado e deve ser incorporado ao inquérito.
A Polícia Civil informou que, mesmo com a prisão do principal suspeito, as investigações continuam para esclarecer todos os detalhes do crime e identificar outros possíveis envolvidos. O caso segue sob sigilo parcial, enquanto novas diligências são realizadas.


