Revisão da Magnitsky acirra tensão entre aliados de Eduardo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira, deputado federais • Mário Agra/Câmara dos Deputados/Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Após a revogação das sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e sua esposa, Viviane de Moraes, pelo governo dos Estados Unidos, aliados do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) trocaram ofensas nas redes sociais, nesta sexta-feira (12).


O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o influenciador e aliado de Eduardo, foragido da Justiça brasileira, Allan dos Santos, discutiram através da rede social X, antigo Twitter, após o parlamentar recuperar uma postagem antiga do blogueiro.


Na postagem, apagada por dos Santos, o influenciador dizia que Lula não conseguiria retirar a Lei Magnitsky do casal Moraes.


Segundo dos Santos, Nikolas recuperou a publicação apagada e enviou para outros parlamentares. Através das redes, o influenciador reclamou: “Por que enviar meu tuíte no grupo do WhatsApp dos deputados, @nikolas_dm? Quer entrar ao vivo para discutir o assunto?”, afirmou.


Em seguida, Nikolas replicou a publicação e xingou o deputado: “Não, porque você é um b***.”


Em outra publicação, o influenciador afirmou que Moraes foi retirado de sanções porque “1) c*** pro Eduardo. 2) A dosimetria celebrada pelos deputados derrubou a Magnitsky”, se referindo ao PL (Projeto de Lei) da Dosimetria, aprovado esta semana (9), na Câmara dos Deputados.


Ainda em discussão, Nikolas, que foi um dos articuladores para a aprovação do projeto, afirmou que atribuir a culpa do fim das sanções a parlamentares “é uma fraude intelectual”. Segundo o deputado, “dividir o povo e quem os representa é o último recurso de quem já perdeu qualquer compromisso com a verdade”.


Falta de coesão


Mais cedo, Eduardo Bolsonaro disse receber com “pesar” a notícia de que os Estados Unidos retiraram, nesta sexta-feira (12), as sanções impostas ao ministro. O deputado está nos Estados Unidos desde março deste ano, alegando sofrer “perseguição política” no Brasil.


O deputado afirmou que, diante de uma janela de oportunidades, a sociedade brasileira não conseguiu “construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais”. Segundo o parlamentar, “a falta de coesão interna e o insuficiente apoio às iniciativas conduzidas no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual”.


Fim da Lei Magnitsky


Nesta sexta-feira (12), o governo estadunidense retirou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e a esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sanções da Lei Magnitsky.


O magistrado havia sido sancionado em julho, acusado de autorizar “prisões preventivas arbitrárias” e suprimir a liberdade de expressão no Brasil. As sanções contra Viviane foram implementadas no dia 22 de setembro.


A Lex Institute, empresa ligada à família Moraes, também foi retirada da lista de sanções dos EUA. De acordo com nota anterior do governo americano, a Lex atua como “holding para Moraes, sendo proprietária de sua residência, além de outros imóveis residenciais”.


A falta de coesão interna e o insuficiente apoio às iniciativas conduzidas no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual.


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