A PF (Polícia Federal) começou a ouvir presencialmente os depoimentos de envolvidos no caso do Banco Master nesta terça-feira (30). As oitivas foram marcadas pelo ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), e ocorrem na sala de audiências da Corte.
Um representante da PGR (Procuradoria-Geral da República) e um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli acompanham a PF durante os testemunhos, colhidos separadamente.
Se as versões forem consideradas conflitantes ou incongruentes, a PF poderá fazer uma acareação na sequência, já autorizada por Toffoli de antemão. Inicialmente, o ministro havia determinado a medida, mas depois recuou e deixou a cargo da corporação, em caso de necessidade.
Os depoimentos e, eventualmente, a acareação, ocorrerão a portas fechadas, pois a investigação tramita sob sigilo imposto por Toffoli. A apuração diz respeito a suspeitas de fraudes financeiras bilionárias no processo de liquidação do Master.
Relembre o caso
As investigações do Banco Master tiveram início em 2024, após requisição do MPF (Ministério Público Federal) para apurar a fabricação de carteiras de crédito insubsistentes.
Segundo as apurações, esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.
Em 18 de novembro deste ano, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e de sua corretora de câmbio, inviabilizando o processo de venda da instituição que havia sido anunciado no dia anterior.
O Master já vinha chamando atenção do mercado pelo modelo de negócios considerado arriscado, baseado na emissão de papéis garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) com taxas superiores às do mercado.