No Acre, 9,7% dos moradores de favelas vivem perto de pontos de ônibus, aponta IBGE

Foto: Assecom/Prefeitura

Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que uma parcela significativa da população que vive em favelas e comunidades urbanas no Acre enfrenta limitações de mobilidade e acesso à infraestrutura urbana básica.


Em âmbito nacional, o levantamento aponta que 19,2% da população residente em favelas e comunidades urbanas morava, em 2022, em trechos de vias acessíveis apenas por motocicletas, bicicletas ou a pé. Esse percentual representa cerca de 3,1 milhões de pessoas vivendo em locais sem acesso para carros, caminhões, ônibus e veículos de transporte de carga — o que também dificulta a circulação de ambulâncias e outros serviços essenciais. Fora das favelas, apenas 1,4% da população vivia em situação semelhante.


No Acre, embora o IBGE não detalhe neste recorte o percentual de moradores em vias exclusivamente estreitas, o estado se destaca em outro indicador relevante: a presença de pontos de ônibus ou vans no entorno das residências. Segundo o estudo, 9,7% dos moradores de favelas acreanas viviam em trechos de vias com esse tipo de infraestrutura, percentual ligeiramente superior ao observado fora dessas áreas, que foi de 9,1%.


O Acre figura entre os poucos estados onde a proporção de moradores de favelas com acesso a pontos de ônibus ou vans é maior do que fora dessas comunidades. Além do estado acreano, esse cenário também foi registrado em Tocantins, Amazonas e Maranhão. Na maior parte do país, no entanto, a situação é inversa, com maior oferta desse tipo de infraestrutura fora das favelas, como ocorre em estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná.


Apesar desse desempenho relativamente melhor no comparativo interno, os dados nacionais mostram que o acesso ao transporte coletivo ainda é limitado nas favelas brasileiras.


Apenas 5,2% dos moradores dessas áreas — cerca de 835,9 mil pessoas — viviam em trechos de vias com ponto de ônibus ou van. Fora das favelas, esse percentual mais que dobra, alcançando 12,1% da população.


De acordo com o chefe do Setor de Pesquisas Territoriais do IBGE, Filipe Borsani, a presença de pontos de ônibus ou vans é um dos quesitos avaliados no entorno dos domicílios, mas não há exigência de que essa infraestrutura esteja disponível em todos os trechos de via. “Não há necessidade de haver um ponto de ônibus a cada duas esquinas, por exemplo”, explicou.


A pesquisa abrangeu 16,2 milhões de pessoas que vivem em 12,3 mil favelas e comunidades urbanas, distribuídas em 656 municípios brasileiros.


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Últimas Notícias